sexta-feira, 30 de julho de 2010

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Quem é a tal da Pepa mesmo????

Vi um filme... Brilhante! Ele se chama "O curioso caso de Benjamin Button". Não senhoras e senhores, não é um filme qualquer, é um de muitas lições, mas uma... aquela do final, onde as narrativas normalmente são as mais belas, me fez refletir sobre a beleza de viver. A infinitude de momentos perfeitos, ou até mesmo imperfeitos, que transformam uma pessoa naquilo que ela é ou no que poderá ser. O trecho diz o seguinte:
“Algumas pessoas nasceram para ficar sentadas junto ao rio. Algumas são atingidas por raios. Algumas têm ouvido para música. Algumas são artistas. Algumas nadam. Algumas conhecem botões. Algumas conhecem Shakespeare. Algumas são mães. E algumas pessoas dançam.”
É fantástico saber que tenho um planeta, ou até mesmo um bairro ou uma ruazinha a explorar cheio de diferentes tipos de pessoas a conhecer e amar e escrever uma história.
Não quero ser fantasiosa, mas é no que definitivamente acredito. Por isso seria difícil dizer quem sou no momento quando não vivi nem um por cento do que devo viver. Sou alguém a ser explorada e ser conhecida por muitos que me definirão por aquilo que me vêem momentaneamente. E eu só poderei dizer quem sou realmente quando der meu último folêgo de vida, quando minhas chances de ter sido todo tipo de pessoa estiver acabado.
No momento posso dizer quem quero ser. Quero ser alguém que fique sentada no rio, quero ser atingida por raios, quero ser uma artista, quero nadar, conhecer botões, Shakespeare, ser mãe e quero dançar. Quero ser uma parte de cada um e quero que cada um leve uma parte de mim, porque somos frações daquilo que vivemos e com quem vivemos e somos completos
apenas quando aprendemos a explorar tudo aquilo que está a nossa volta, ou seja, quando aprendemos a viver de verdade.
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Saudações!


Uma vez li que "um bom filme não termina quando as luzes do cinema acendem". Grandes filmes passam a fazer parte de nós, do que nós somos.

Meu nome é Mara, sou formada em Farmácia, com habilitação em Análises Clínicas. Por enquanto ainda moro em Florianópolis, mas em breve voltarei a morar em Timbó, interior de SC. Adoro música clássica, literatura e cinema, porém nunca quis levar nada disso como profissão. Acho que o lado científico é mais forte em mim do que o lado artístico (ou seja, não tenho talento artístico algum).

Cinema sempre fez parte da minha vida. Desde quando era criança, quando chegava sexta-feira e meu pai me levava para a locadora, me deixando escolher um filme que eu assistiria incontáveis vezes durante o fim de semana. Desde que pecebi que era possível sentir várias emoções misturadas no curto espaço de tempo de um filme.

Não tenho um gênero ou um diretor preferidos. Não tenho atores/atrizes favoritos, exceto talvez a atriz-mirim da década de 30, Shirley Temple, pelo carisma, otimismo e inocência de seus filmes (impossível não sentir que a vida vale à pena depois de ver um de seus filmes!). Meu filme favorito, aquele que já vi incontáveis vezes e que nunca é suficiente, é O Violino Vermelho (The Red Violin). Para mim, este é o filme perfeito.

Espero poder contribuir aqui, junto com o César, a Denise e a Pepa, com dicas, informações e curiosidades sobre a sétima arte, à qual sou grata por ter sido companhia em várias fases da minha vida, por ter proporcionado momentos incríveis, pelas pessoas com quem dividi muitos desses momentos, e, principalmente, por fazer parte de quem eu sou.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Verão eterno

(shèng xià guāng nián, 2006)




 Aposto que muitas pessoas ao lerem a sinopse desse filme, vão deixar o preconceito falar mais alto e abandonar a possibilidade de ao menos assisti-lo. Digo isso desde que, "Verão eterno", como ja citei no cabeçalho, é um filme asiático; Além disso, é um drama não-convencional no continente asiático, já que aborda uma questão homossexual.

A trama tem ínicio na infância de dois garotos, completamente diferentes: um é Johnatan, bom aluno, disciplinado e monitor da sala; o outro é Shane, garoto problemático e sem amigos. A amizade começa por intermédio da professora, que "força" Johnatan a fazer amizade com Shane, para ver se o mesmo consegue mudar suas atitudes. A história se alastra até os tempos de colegial, onde o laço de amizade entre os dois se torna sólido. Tudo muda quando uma garota entra na vida deles e logo começa um triângulo amoroso confuso.

Falar de "verão eterno" é  estranho; o filme tem uma expressão sentimentalista delicada e sensível, da qual, a maioria das pessoas ja sentiu na pele, sem distinção de sexo; portanto, falar do filme é a mesma coisa que escrever uma parte de nossa vida em um diário, qual o mundo inteiro vai ler.

Diferentes dos tipicos romances americanos, esse, em particular, explora o tema "o amor machuca" de uma maneira voraz, mais profunda. A trama, mediante os personagens, é simples e complexa ao mesmo tempo. O diretor, Leste Chen, explorou muito bem os três personagens principais, sobretudo Johntan, que logo no começo manifesta seus interesses homossexuais, mediante seu possível namoro com Carrie.

O ponto fraco do filme, fica por conta da trilha sonora, que aparece constantemente, até em casos desnecessarios, tornando-a enjoativa. Entretanto, a trilha é doce, suave, oque deixou o filme em cada tomada mais sensível e melancólico. Portanto, mesmo enjoativa, é inerente a película, desde que sem ela, o filme perderia uma boa parte  de sua essência.

"Verão eterno" segura na poltrona o telespectador, com um romance nada peculiar e um final dramático e ao mesmo tempo emocionante.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

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[Rec] ²

 ([Rec]², 2009)


No meio do saturado gênero terror, surge [Rec]; uma película espanhola de Jaume Balagueró e Paco Plaza, gravada em hand-cam. O filme foi um estrondo, ganhando vários prêmios populares e de júris. A história é simples: Angela Vidal, repórter de um programa desses que passam de madrugada, faz uma visita ao corpo de bombeiros. Tudo parecia normal, até uma chamada quebrar o sossego: em um prédio, uma senhora gritava e fazia barulhos estranhos. O corpo de bombeiros é acionado e eles vão até o lugar verificar. Depois de uma sequência sangrenta envolvendo essa velha senhora "inofensiva", eles se vêem presos dentro do prédio, em quarentena.

Distante do que parecia ser um roteiro fraco, [Rec] nos colocou frente-a-frente com um vírus misterioso, zumbis violentos e totalmente agressivos (mais que o normal), em um ambiente pra lá de real e claustrofóbico. O mistério do que era o vírus, de como a contaminação foi gerada e tudo mais que pudesse esclarecer a trama era totalmente implicita, oque nos colocava em uma situação de tensão e curiosidade elevada. Esse foi o forte de [Rec]: o desconhecido.

Como o mal de toda produtora de cinema, quando um filme dá lucros para a empresa, o mesmo tende a ter continuações. Em Rec 2, surge a explicação de tudo que ficou oculto no primeiro. Uma sequência no minimo desnecessária.

Diferente do primeiro, Rec 2 só esta ai para nos impressionar com seus efeitos em primeira pessoa e uma histórinha desagradável que quebrou todo o clima que seu antecessor criou. O filme começa logo após o final do primeiro, com um grupo da Swat, com câmeras, que entra no prédio para descobrir oque estava acontecendo lá dentro.

Os fatos decorrentes são de explicações religiosas e fenômenos diabólicos, envolvendo possessões demoníacas. Até então a trama se encaixou com oque ficou em aberto no primeiro, mas mesmo assim não ficou bom.

Estamos perante uma direção "legal", que soube usar a câmera, mas não soube controlar o fluxo dos efeitos; tudo isso causando certo desconforto e tédio, em assistir o filme até o final. As cenas de sustos são nulas (você não vai sentir o calafrio que sentiu assistindo [Rec] denovo).

Rec foi criado, não pra virar uma franquia, mas sim para ser único. Agora vai sair Rec 3, onde por acaso, a cena vai ser nas ruas (pelo que parece). E assim, como Donnie Darko, Efeito borboleta... a indústria cinematográfica consegue fod** mais uma obra atual.


quarta-feira, 14 de julho de 2010

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A tortura do silêncio

(I confess, 1953)


Injustiça "A tortura do silêncio" ser  pouco falado na filmografia do mestre Hitchcock; Um filme com um tema tão ousado e um desenvolver tão chocante, deveria ser visto de maneira correta, mais explícita pela mídia e pelos cinéfilos.

Explorando o universo católico, o que era dificil na época que o filme foi lançado, desde que a igreja  tinha "mão maior" na indústria cinematografica - também - com medo de seus interesses e dogmas serem violados ou comprometidos, Hitchcock nos coloca perante um padre que, no confessionário, ouve a confissão de um - aparentemente - amigo. Otto Keller diz ao padre Logan (interpretado por Montgomery Clift) que cometeu assassinato; Mesmo explicando para o padre que tal ato foi um acidente, o padre acha que a melhor solução para Keller conseguir redenção e prosseguir com sua consciência limpa, é se entregando à polícia. Porém, a trama é bem mais complexa que isso.

Como é típico dos filmes do mestre, esse também mostra um homem que leva culpa por um crime que não cometeu. Na noite do assassinato, duas garotinhas que passavam pela rua da vítima, viram um suposto padre saindo do local do crime. Como o padre Logan havia visitado a casa da vítima, na manhã seguinte da confissão, o maior suspeito é ele. Entre outros motivos que não da pra citar por aqui (spoiler).

É agora que entra a maior jogada do filme; Quando Otto percebe que a polícia esta muito emcima do padre, ele imagina que Logan esteja "dando com a língua nos dentes" e, num ato desesperado, pressiona o padre com o seguinte dilema: "Você fez um voto com a igreja; Minha confissão, a ti entreguei, e você, a ninguém entregará". 

Como na maioria dos filmes do Hitchcock, esse também tem aquele toque romântico, de cenas bonitas com uma trilha sonora perfeita. O romance acontece antes de Logan ter se tornado padre; antes mesmo de ter estourado a guerra, com Ruth, interpretada por Anne Baxter. Romance que faz parte interina no desenrolar da acusação contra o padre.

Um clima sombrio, de pura tensão, recheia a tela, quando o inspetor faz perguntas ao padre Logan, e o mesmo, sem poder quebrar seu voto com a igreja católica, fica sem reação, assim, o incriminando ainda mais. Não só nas cenas de interrogatório; mas nas cenas de perseguição e até mesmo na cena inicial, da confissão; Sempre coberto por uma trilha sonora excepcional.

A tortura do silêncio é de longe um dos melhores filmes do hitchcock, da galeria dos menos conhecidos. Não se compara com suas obras maiores, como Janela indiscreta, Um corpo que cai etc. mas é um ótimo filme, com um bom dilema e um final, no mínimo, intrigante.
 




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Código desconhecido

(Code Inconnu - Récit Incomplet de Divers Voyages, 2000)



Antes de ver "Código desconhecido", já ciente que era um filme do Haneke, comecei a lembrar de vários fatos que eu presenciei, em que a Xenofobia se mantinha presente. Nesse filme, Haneke quis mostrar, diretamente, esse mal na França; Mas é óbvio que o problema é recorrente em, generalizando, todo lugar.

A trama se desenvolve com base em três personagens: Anne, atriz que está no elenco de um filme; seu marido, Georges, fotógrafo de guerra; e o irmão de Georges, Jean, que mora junto ao pai em uma fazenda. A história cruzada começa quando Jean, sem querer - ao meu ver - joga um saco de papel em uma senhora imigrante, que jazia na calçada pedindo esmola. Um jovem negro que viu tal ato, bloqueia o caminho de Jean e pede ao mesmo para que peça desculpa a senhora. Uma briga começa e quando a polícia chega, a imigrante é deportada, e o jovem negro que só queria defender a honra da mulher, vai para a cadeia. 

A partir de tal injustiça, o filme é construido com vários cortes secos mostrando o cotidiano dessas pessoas, em um universo com cenas aleatórias de todos os personagens. A idéia dos cortes e do trajeto não-linear dos acontecimentos foi uma idéia boa, entretanto... A execução de tais no longa, acaba sendo enjoativa. As vezes, as cenas não tem ligação alguma com a trama, oque deixa o telespectador ansioso pelo que virá, quando não virá nada. Esse é o ponto baixo do filme.
 
As atuações são monstruosas; Os atores e atrizes do longa nos levam à injusta e xenofóbica França, nos mostrando sentimentos - quase - reais de solidão, desprezo e, até mesmo, remorso. Uma cena memorável, quando a imigrante começa contar, aos prantos, que certo dia deu esmola para uma cigana e ao encostar seus dedos em tal cigana, correu para casa para se lavar e ver-se livre de doenças. Logo mais, conta que um ato parecido aconteceu com ela, quando pedia esmola. 

Mesmo tendo algumas tomadas desnecessarias, o longa cumpre o seu papel, que, novamente, é atingir o psicológico das pessoas, com violência física ou psíquica, direta ou indiretamente - a cena do metrô é a parte mais tensa do filme, e a que mais divide opniões, perante o possível preconceito gerado pela atriz e a atitude descomfortante que o rapaz toma.

E como diz o fotógrafo, em certa parte do filme: "É mais fácil se adaptar ao cotidiano da guerra, do que à rotina da cidade grande". 




terça-feira, 13 de julho de 2010

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Lady vingança

(Chinjeolhan geumjassi, 2005)




Como eu ja disse por aqui, vingaça é um tema saturado, no mundo do cinema. Muitos filmes ja usaram e abusaram desse mesmo tema. A diferença desses filmes e esse, em especial, é a execução. Lady vingança faz parte da "trilogia da vingaça", do premiado diretor coreano Chan-Wook Park, no qual se baseiam os "Mr. Vingança" e "Old Boy'.

A trama começa quando a personagem principal, Lee-Geum Ja, pega 13 anos de prisão por sequestro e assassinato de uma criança. Nesses 13 anos que passa na cadeia, cria vínculos com as detentas, quais mais tarde irão ajudá-la com sua vingança, desde que sua prisão foi injusta.

Além do tema ser a base, o filme vai mais longe que isso. Mostra uma mulher complexa, sedenta por vingança, e acima de tudo redenção. Desenrolando a trama, você sente a culpa que pesa em suas costas e o ódio e, como eu ja disse, a sede de vingança, que é representada pela maquiagem vermelho-sangue em seus olhos.

A violência, que é algo presente em todo filme sobre vingança, esta presente aqui, explícita e implícita, de modo peculiar ou não. Além da violência física, temos a tortura psicológica que, convenhamos, é mais forte que qualquer cena de gore à la trash motion.

O tempo em Lady vingança é constituido de forma: Assim que Lee-Geum vai procedendo com seu plano de vingança, e buscando ajuda de suas amigas ex-detentas, os flashbacks de quando ainda estava na prisão, mostram como criou vínculos de amizade com essas mulheres, que agora, estão dispostas à ajudá-la da maneira que precisar. Com ótima edição e direção de arte, os flashbacks não se tornam cansativos; Até se tornam algo bonito de se ver, mesmo com algumas cenas descomfortantes.

O ponto alto do filme, acontece quando os pais que tiveram seus filhos sequestrados e assassinados, se reunem, ao chamado de Lee-Geum, para ver o vídeos antecessores das mortes de seus filhos. Logo após esse evento traumático, eles encaram um dilema: levar o assassino até a polícia e esperar julgamento perante à lei; ou fazer justiça com as próprias mãos.

Com direção exemplar, boa fotografia, trilha sonora, temática e cenas fortes, Chan-Wook Park fecha a trilogia da vingança com chave de ouro, mostrando de forma nua que todo ser humano é inerente ao sentimento de vingança, ao mesmo tempo que afirma que a redenção e perdão, mesmo tendo várias formas de expressão, existe. E, para fechar esse post, ele veste branco.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

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A professora de piano

[La pianist, 2000]



Que Michael Haneke é um gênio, todos nós sabemos. Mas depois de assistir A professora de piano, não sobra dúvida alguma em tal argumento. O filme nos coloca ao lado de Érika, professora de piano rígida e dura com seus alunos. Mora com a mãe possessiva e autoritária, qual é a autora de sua repressão sexual, onde vivem em uma relação destrutiva.

As cenas decorrentes de A professora de piano, nos colocam contra a parede: Ao mesmo tempo que o som suave do piano flui ao fundo do filme, Haneke nos joga cenas sadomasoquitas - anseios da professora - com certo distúrbio sexual. Quando um jovem se apaixona pela professora, ela não consegue definir um sentimento pelo rapaz, ofuscando ódio e amor, gerando ações - por parte da professora - insanas e grotescas.

Isabelle Huppert atuou como a professora, e atuou bem. Suas expressões são frias e sádicas, gerando um certo realismo a professora. Ganhou vários prêmios por sua bela atuação, em qual um deles consiste no prêmio de melhor atriz,  em Cannes (2001).

Baseado no livro de Elfried Jelinke, a professora de piano é um filme de pura tensão, que debate conflitos psicológicos-sexuais de uma maneira forte e crua. Haneke nos mostra uma narrativa única e um final intrigante, que nos deixa sem saber ou imaginar oque se passa na cabeça da professora; oque causa frustação e confusão no telespectador.




domingo, 11 de julho de 2010

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Os idiotas

(Idioterne, 1998)



Se já é dificil falar alguma coisa sobre um dos cineastas mais polêmicos, que é o dinamarquês Lars Von Trier, imagina bolar uma análise sobre um de seus filmes? Esse em especial, que seguiu as regras do manifesto Dogma 95, qual Von Trier criou junto com o cineasta, dinamarquês tambem, Thomas Vinterberg.

Para quem não sabe, Dogma 95 é um movimento que foi criado com base para regressar ao cinema como arte, um cinema mais realista; quebrar o monopólio do cinema capitalista-hollywoodiano. Portanto, para tal façanha, para ser reconhecido pelo Dogma 95, há algumas restrições, quais também são chamadas de "voto de castidade". As restrições consistem em: não usar artificio tecnológico para encrementar as gravações; a luz e som devem ser naturais; a camera deve ser usada na mão; O filme tem que ser gravado em tempo real;  entre outras restrições.

Os idiotas, segundo filme do manifesto, seguindo fielmente todas as restrições, nos coloca frente-a-frente com uma mulher em um restaurante, que observa um deficiente mental fazendo algazarra no estabelecimento e causando impaciência no garçom e naqueles que ali almoçavam. Junto com o deficiente, havia outro, que não parava de chorar, e uma moça, que parecia tomar conta deles (tarefa que não estava sendo fácil). O deficiente que fazia bagunça, assim que viu a mulher sentada na mesa, veio e agarrou em sua mão; Ela, perante o problema dele, decide acompanha-los até o carro. O garçom, ja impaciente com todo esse barulho, deixa-os sairem sem pagar a conta. A moça tem que acompanhar o deficiente dentro do carro tambem, desde que o mesmo não quer solta-la de jeito nenhum; ja no carro, eles começam a gargalhar e a farsa é descoberta.

Um grupo de jovens intelectuais que não simpatizam com a sociedade hipócrita, burguesa, agem feitos deficientes mentais, para ver a reação das pessoas. Esse mesmo grupo em que a mulher do restaurante começa a acompanhar e ao decorrer do longa, criar certo afeto e simpatia.

Além de mirar diretamente à sociedade capitalista, os jovens procuram o "idiota" interior de cada um, dizendo que são mais felizes assim. Muitas vezes, a piada é levada tão a sério que eles sofrem com a crise, denominada paranóia - onde entram em uma transe psicológica, vezes deixando-os agressivos, vezes deixando-os como verdadeiros idiotas.

O filme tem um enredo e um desenrolar forte e um tanto impróprio - as cenas de nudez e sexo são bem explicitas - transformando o filme em algo um tanto perturbador para se assistir até o final. O ápice de tormento ocorre nas cenas finais, [SPOILER] onde uma orgia acontece defronte a câmera.[SPOILER].

Com os elementos de gravação usados, determinados pelo dogma 95, Von Trier deixa o espectador lado-a-lado com "os idiotas". A câmera tremula, as atuações bem reais e os fatos decorrentes, deixa quem assiste aflito e em dúvida, se aquil que estava assistindo realmente é ficcional. 

Os idiotas, além de uma boa crítica à sociedade, é um bom experimento para os cinéfilos mais ousados. Não da para indicar para o público em geral, pois o mesmo não vai entender a grandeza do filme e a idéia do polêmico diretor.

Além de tudo isso, quem nunca quis expor seu idiota interior, mas não o fez com medo do que os outros possam pensar? E quem nunca achou o próximo tão idiota por se portar de maneira indiscreta e ousada, ou como a sociedade chamaria, "politicamente incorreta"? Por fim, somos todos hipócritas, e disso, Lars Von Trier sabe bem.


sábado, 10 de julho de 2010

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Gosto de vingança

(Dalkomhan insaeng, 2005)

Sem pretensão alguma, certo dia peguei pra assistir um terror-psicológico chamado "Tales of two sisters". Quando o filme acabou, estava de boca aberta e maravilhado. O diretor, Jii-woon Kim, com um toque sombrio e magnifico, fez um - senão o melhor - terror psicológico, não só asiático, mas sim mundial. Depois desse filme, eu não corri mais atras de nenhum outro, desse mesmo diretor. Até que me deparei com "Gosto de vingança".

O cinema coreano ja mostrou em varios filmes que tem potencial. Filmes como - o já citado - Tales of two sister, Madeo (Mother), A trilogia da vingança, do Chan-wook Park entre outros, são aclamados pela mídia, que ja disse que o cinema coreano é o que mais deu bons filmes, ultimamente.

Em "gosto de vingança" - que muitos assimiliam com "Old Boy", devido à temática vingança -, o diretor nos coloca diante um "executador" da máfia coreana, que recebe a missão de vigiar a amada de seu chefe, para saber se ela tem um amante (ou não). Quando ele descobre a verdade, tenta encobrir a moça, fazendo um trato com ela:  o amante e ela nunca mais se veriam; e aquele flagra jamais havia acontecido. 
De alguma forma, o seu chefe descobre a tramóia e decide o matar. Reviravoltas acontecem, e a única coisa que esta na cabeça de Sum, é vingança.

"Tudo bem, mais um filme de vingança" - muitos devem ter pensado assim. ENTRETANTO, "Gosto de vingança" é uma experiência coreana maravilhosa, que deixam muitos filmes que - tentam - usam a temática vingança, no chinelo. 

O começo do filme é meio cansativo, mas uma boa introdução para realmente começar a trama. O diretor abusa de um clima sinistro, sempre enfatizando o preto e o vermelho, ao longo do filme. Ao mesmo tempo que o ódio toma forma do longa, nos deparamos com uma bela trilha sonora clássica, do músico Chopin.

As cenas de ação, que não são muitas, mas são bem feitas - muito bem feitas, a propósito -, misturam o domínio do personagem principal em artes marciais, armas de fogo e armas brancas, com alguns inimigos e muito sangue. Falando em sangue, o ápice do filme é na cena final, que é bem sangrenta; estilo Taxi Driver, Scarface.

Enfim, "Gosto de vingança" contribui com a reputação da Coréia, sendo um ótimo filme de um ótimo diretor. Esperamos que ele possa nos agraciar mais e mais com suas obras, que no mínimo, são curiosas e intrigantes. A propósito: Gosto de vingança é o primeiro filme de ação noir coreano, oque gerará várias referências para o gênero (que já não é muito explorado) no continente asiático e quem sabe em outros países, tambem.


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Sozinho contra todos

(Seul Contre Trous, 1999)


Com certeza o cinema francês vem me encantando cada vez mais. Títulos como C.R.A.Z.Y., O profeta e até mesmo o filme de terror que eu considero como mais horripilante , Martyrs, vem ocupando o topo da minha lista atual de filme preferidos. Por esse motivo, decidi correr atras de mais e mais títulos franceses. Então que eu leio a sinopse de "sozinho contra todos", e um comentario embaixo falando "não assista!". Como sou teimoso, assisti!

Logo no começo do filme, o personagem principal narra a vida dele - desde o nascimento, até os fatos atuais - em uma velocidade absurda. É tanta coisa pra digerir, que o telespectador até se perde em tantas tragédias. O filme realmente começa, quando ele sai da prisão e começa a trabalhar como garçom, onde começa a ter um caso com a dona do bar.

O filme é bem desagradável; para assistir, você tem que ter estomago e paciência. A maior parte do filme, se passa na cabeça do açougueiro francês, que vê tudo com muito ódio.  A repulsa que ele sente por negros, gays, alemães, mulheres, é cansativa.

Repleto com vocabulário baixo, cenas de nudez frontal, sexo explicito, muito ódio e algumas cenas de violência, o filme se alastra deixando o telespectador claustrofóbico.

Depois de 1 hora de pura insanidade, aparece um aviso na tela (Uma coisa que me chamou atenção no filme, foi sua edição, que a propósito, foi muito bem feita) : Aparece escrito que você tem trinta segundos para sair da sala de projeção! Algo absurdo estava por vir, e eu senti medo desse aviso. Logo mais, me segurei no sofá e encarei de frente. Antes tivesse saido da sala; O final é bem terrível, trazendo repulsa até aos mais fortes de estomago.

Por fim, ja era de se imaginar algo semelhante; eu não havia me dado conta que o diretor de "sozinho contra todos" é o mesmo diretor de "Irreversível" e do curta "Carne", Gaspar Noe. Quem viu "irreversível" sabe de que atmosfera tensa estou me referindo.

Uma experiência sombria, insana, obscura, que nos mostra até que ponto a mente fria de um homem pode chegar. Muitos gostam, muitos não gostam; tipico dilema que ronda o cinema marginal. Uma obra de arte ou um filme maldito? Uma obra de arte maldita, assim dizendo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

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Olá!



Cada pessoa deveria encontrar algo... um hobbie, uma profissão, algo que lhe complete. Eu, o César e todas as pessoas que se emocionam durante uma projeção ou simplesmente sentem aquele frio na barriga quando a luz da sala vai diminuindo encontrou a sua verdadeira paixão... o cinema!

Meu nome é Denise Carvalho, e como bem disse na minha bio no twitter: sou uma quase jornalista, metida a cinéfila e louca pra morar em São Paulo. Sou de Belo Horizonte -MG e sinto cada vez mais que meu lugar não é aqui. Não sonho tão alto assim, como morar na Europa ou coisa parecida, mas gostaria muito de conhecer Manhattan pra poder entender a obsessão do meu cineasta favorito, Woody Allen.

Falando em gênios, além do Woody, os outros cineastas que me ganharam de alma e coração foram: Alfred Hitchcock e Lars Von Trier. Mas também sou fascinada pelos trabalhos do Tarantino e David Fincher. Tenho um grande carinho e preferência por filmes antigos, seja ele mudo, falado ou com imagem ruim. Sou fã de carteirinha da Audrey Hepburn e das atrizes da atualidade, Natalie Portman é minha favorita. E... o filme da minha vida é "E o vento levou" (levei anos pra decidir isso). 

Bom é isso... espero que gostem e cometem bastante no blog! *-* 
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Hello, Stranger!



O homem que se descreve é narcisista; e o homem sem pretensões ou sonhos, jamais será um homem.

Sou viciado em três coisas, das quais me orgulho muito: Cigarros, café e cinema. Os três C's.

Meu nome é Rafael, e de longe, eu tenho alguns sonhos. Um deles é dirigir um longa, do qual abuso de toda minha insanidade e meu pútrido psicológico, como em uma obra do David Lynch. Algo estilo Lars Von Trier, que retrate o drama da maneira correta: da maneira pessimista. Pretendo casar com a minha cinefilia e gerar alguns bons frutos - oque é dificil de encontrar hoje em dia.

Entre meus diretores favoritos (pode soar clichê, mas não é) estão: Quentin Tarantino, os Coen e o Lars Von Trier. Tenho uma grande simpatia com diretores das antigas, como o gênio Hitchcock e o sarcastico Woody Allen. Grande sincronia com Michael Haneke e Chan-wook park, diretor coreano fantastico. Do cinema comercial, Danny Boyle me traz alguma alegria, mas bobagem.

Moro no interior de São Paulo, mas nasci no lugar errado. Sempre discuti dizendo que meu lugar é na Inglaterra ou nos Estados unidos, Seattle, para ser mais certo. Nasci na década errada tambem: perdi a melhor época da música, a melhor época do cinema e a melhor época das pessoas. Isso me deprimi, mas bola pra frente.

Fechando esse primeiro post com chave de ouro, espero trazer algumas boas análises de filmes para vocês (ou não)

Grato, Rafael César.
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