terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Minhas mães e meu pai



Sem grandes expectativas, fui ver "Minhas mães e meu pai". Vi vários comentários, alguns positivos, alguns negativos, isso me deixou curioso, e só. A premissa do filme chama atenção, por se tratar de uma minoria injustiçada: os homossexuais. Trata-se de um casal de lésbicas que tem dois filhos, do mesmo doador de esperma. Dezoito anos depois, os filhos decidem conhecer seu gerador. E esse é o começo do filme.

Um filme desse gênero só podia dar certo com uma mulher na direção. Quem assume por aqui é a pouco conhecida, também roteirista, Lisa Cholodenko, que deixa a película neutra, assim como o doador de esperma, interpretado por Mark Ruffalo, que não mostra nada de diferente do que ele ja mostrou em outros filmes. Agora, as mães, interpretadas por Juliane Moore e Annete Benning, merecem uma salva de aplausos.

É dificil falar sobre "Minhas mães e meu pai", pois, mesmo sendo "diferente", se fossem usados casais tipicos (homem e mulher), a pelicula correria da mesma maneira. Acho que por isso o filme não tem tanto destaque, faltou alguma coisa. O mesmo acontece com o desfecho final do filme, que podia trazer alguns suspiros para a platéia, mas acaba caindo na mesmice de sempre.

"Minhas mães e meu pai" se mostra simples e correto, mas quando acaba, sentimos que faltou algo. Algo que podia ter feito toda a diferença, e talvez por isso, o filme acaba não sendo tão grande quanto deveria.

Destaque para a trilha sonora, composta por MGMT, Cansei de ser sexy, David Bowie e muitos outros.

domingo, 14 de novembro de 2010

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Comer, rezar, amar


.. mas o que eu fiz no cinema foi "comer, bocejar e dormir".

O filme é baseado na experiência de vida de Elizabeth Gilbert, que logo em seguida escreveu um livro que vendeu mais de 4 milhões de cópias. Conta do dia em que Lizz não se sente mais feliz, não consegue se "encontrar", então, logo após divorciar-se, sai viajando por um ano com destino à Itália, Índia e Indonésia.

Tudo bem, parece ser uma história legal para ser contada em um livro, mas passado para as telonas, ficou tão desnecessário quanto gravar um novo Batman em 3D. A narração do filme cansa, a trilha sonora, como meu amigo me disse em um momento do filme: "Que trilha sonora chata! Me dá sono." e eu respondi: "Não é só a trilha sonora que esta me fazendo dormir." e a Julia Roberts ta precisando de um descanso, por que olha, não gostei nada do que eu vi por parte dela. Certa hora até confundi com a Sandra Bullock, desde que as duas são atrizes, um tanto quanto regulares, não conseguem mudar de expressão de filme para filme; são sempre os mesmos rostos.

Paguei o ingresso por um nome: Javier Bardem; e para o meu desprazer, o ator só aparece nos últimos minutos de filme. A fase do "amar" foi tão curta que o ator não teve espaço para demonstrar muita coisa.

Outra coisa que me inquietou de verdade, talvez por eu ser um pessimista de carteirinha, foi o fato de todos que Lizz conhece serem pessoas simpáticas e sempre dispostas a ajuda-la. E todos falam inglês. Olha, vou perguntar: "Pra que mundo você viajou? Por que né..."

Assumo que em certas partes do filme eu dei aquela risada breve, tão breve que os músculos faciais quase não se mexiam. Então eu tive que aguentar duas horas na cadeira, quase morrendo de tédio. E o que me perturbou, foi meu amigo dizendo: "Esse filme só serve para mulheres!" e logo em seguida, percebi que todas as mulheres, na saída do cinema, faziam comentários maravilhosos, como se o filme fosse uma obra de arte. Vou dizer pra vocês: não é uma obra de arte, e esta a quilômetros de ser. Então, para os mais críticos do gênero, passem longe.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

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Scott Pilgrim contra o mundo

(Scott Pilgrim VS the world, 2010)



Até esses dias, Kick-ass e Machete eram os filmes mais divertidos do ano, pra mim. Depois de ver Scott Pilgrim, percebi que estava errado, e esse sim, é o filme mais divertido e engraçado do ano. E vai ser difícil lançar algum que tire ele dessa posição.

A história, adaptada do HQ escrito por Bryan Lee O'Malley, narra a vida de Scott Pilgrim, que toca baixo em uma banda chamada Sex bob-omb, totalmente sustentado pelo seu amigo gay (qual até dividem a mesma cama) e mora em Toronto. Scott logo se apaixona pela garota mais "descolada" que acaba de se mudar pra cidade, Ramona. O que Scott não sabe é que pra ficar com a garota, ele vai ter que enfrentar os sete maléficos ex-namorados de Ramona.

Pra quem não viu a Hq, como eu, vai achar, pela sinopse, que não passa de mais um filme direcionado pro publico adolescente atual. Mas é bem diferente disso. Scott Pilgrim vai alegrar não só o publico adolescente, mas os geeks (que provavelmente já conheçam algo sobre a adaptação), principalmente, por suas referências aos quadrinhos e games.

As referências são visiveis, como quando Scott disputa com um ex-namorado, aparece um VS, indicando o combate; ou até mesmo a derrota de um ex-namorado, que logo se transforma em moedas. Até as musiquinhas que tocam no Zelda, quando Link encontra itens ou baus, tocam no filme; maravilhoso.

A edição é miraculosa. Uma das mais perfeitas que eu vi esse ano. As cenas de batalha, os cortes rápidos e alguns outros fatores, fazem do filme a adaptação mais divertida ja criada. O diretor de Scott Pilgrim é Edgar Wright ( o mesmo que dirigiu "Hot fuzz", "Shaun of the dead" e o fake trailer "Don't", que passa no projeto "Grindhouse" de Tarantino e Rodriguez.), o que explica muita coisa.

Michael Cera que estava muito bem em "Superbad" e "Juno", convence bastante como Scott Pilgrim, tambem. Não só Michael Cera como os outros personagens. É dificil não criar simpatia com a "Sex bob-bomb" ou com o amigo gay de Scott, interpretado por Kieran Culkin, que rouba a cena várias vezes.

Quando a projeção do filme inicia, a sensação que temos é de ter ligado um nintendo, e isso fica claro assim que o logo da Universal aparece em 8 bits. Depois disso, as referências aos jogos antigos são muitas, mesmo.

Para os geeks que ainda jogam Zelda, Super Mario, arcades e sabem que o símbolo "X" no braço de Scott é o mesmo do X-men, Scott Pilgrim pode entreter demais. Agora se você é dessa galerinha nova que acha pac-man uma perda de tempo, Far cry o melhor jogo já criado e pensa que Ben 10 é a maior curtição, acho melhor nem passar perto de Scott Pìlgrim, pois não vai entender metade das referências que o filme faz.

Obs: Só não entendo o por que de Scott Pilgrim não ter feito tanto sucesso quanto merecia, em sua estréia.