domingo, 27 de março de 2011

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E dai que não consegui?!



Para mais um filme, mais uma escrita e mais clichês.
"O discurso do rei" me emocionou logo de início, mas de início mesmo. Assim que assisti ao trailer, devo dizer que alguma lágrima deve ter caido do meu rosto, mas tudo porque músicas mexem comigo e convenhamos, trailers normalmente são tocantes, suas músicas são as melhores, e por mais que o filme seja ruim a gente corre para ver só por causa daquele pequeno trecho publicitário que nos compra rapidamente. Algo que não aconteceu em "O discurso do rei".
Não irei comentar aqui partes técnicas porque dispensa, a não ser por Geoffrey Rush, que para mim, nunca deveria ter concorrido ao papel de coadjuvante neste Oscar 2011, claro que a indicação seria a protagonista mesmo, sem tirar Colin Firth que mereceu tudo o conquistou neste filme.
Mas.... como citei que iria falar sobre meu ponto forte, os clichês, cá estou.
Lionel Logue, homem sonhador, que busca ser um artista, pai de família e marido querido, um fonoaudiólogo, aparentemente normal. E seria normal se não fosse o que fosse naquele papel maravilhoso demonstrando que mesmo sem sonhos alcançados podemos conseguir façanhas muito melhores. Homem íntegro, que não desistiu nunca, nem dele e nem das pessoas ao redor. Sua técnica em sua profissão não eram exercícios mecânicos e estudados, mas sabedoria e atitudes que ele faria qualquer um levar para a vida inteira, fazendo a diferença.
Na cena em que Logue não passa no teste para ator é de partir o coração, mas tão logo passa a cena, não o vemos lamuriando o que não conseguiu. Como se ele pensasse assim: e dai que não vou conseguir o que quero? O mundo é grande demais com possibilidades maiores ainda que podem ser estudadas, buscadas e alcançadas. Talvez tenha se permitido por minutos se oprimir, mas logo o víamos de pé pronto para fazer o que devia fazer, sem perder o caráter e o bom humor, que por sinal era intacto neste filme. Às vezes acho que tomar este tipo de atitude deve ser muito mais difícil, uma vez que quando observamos mais pessoas desistem demonstrando que não buscar nada é muito mais fácil. E nem posso dizer que também não seja assim de vez em quando. Porém sábio é aquele que aprende a pratica, logo não quero ser uma tola.
Não quero dizer que devemos desistir de sonhar, mas sejamos realistas, algumas vezes devemos desistir de um sonho e buscar outro que esteja mais acessível ou mais compatível, tudo em prol da felicidade. Na verdade todos querem ser felizes mas é complicado demais buscar os meios, não?!
Bom.. não para Lionel e é dele que quero tirar alguma lição para a vida: sabedoria e atitude. Quem sabe não me torno assessor de um rei e no fim ganho medalhas ao mérito por ser quem fui e não aquilo que pensei que deveria ser... o mundo dá voltas.
Lionel Logue em 1930