terça-feira, 26 de julho de 2011

Cada ponto de vista é a vista de um ponto


"Uma prova de amor" além de provar que Cameron Diaz é mais do que um rostinho angelical também mostra que o sofrer é diferente para todo mundo. O filme é simplesmente fantástico. Para os sentimentais choro garantido do início ao fim sem grande esforço por parte das atuações e sem precisar de qualquer outra parte técnica. O filme fala por si só. Ele retrata a vida de uma família classe média que tem a filha do meio com leucemia, e segue tratando como este problema os cerca e como cada um lida com tudo em suas diferentes formas como convém a cada personagem de acordo com o que cada um sente.
O típico filme que trás a tona a frase: E a gente ainda reclama do que tem.
O fato é que devemos reclamar mesmo, porque cada um sabe do que precisa e a dor que está sentindo, seja ela qual for.
Uma prova de amor trás isso, personagens girando em torno de um único problema e cada um passando pelo mesmo de diferentes formas, cada um sabendo de sua dor e sem competitividade.
E o que é mais interessante nisso tudo é que o sofrimento humano exige platéia, com ou sem permissão, porque as pessoas sempre estarão por perto dando seus palpites. E não estou falando isso de forma pejorativa, as intenções sempre são as melhores. O mais dinâmico mesmo é que por mais que elas tentem nos ajudar nunca será o suficiente, por mais que elas tenham se aproximado do que esteja acontecendo, as dores são diferentes, os pontos de vista serão diferentes.
Elas citam fatos, livros, buscam aliviar mas nunca saberá de fato o que você está sentindo.
Em uma das últimas cenas do filme os parentes chegam no quarto onde Anna está com sua família e são os únicos a falar porque todo o resto sabe o que se passa, falar já não é o suficiente, talvez nem pensar seja mais... o negócio é deixar rolar.
Pois é.... o negócio é deixar rolar. Sou do tipo sofra, faça até um draminha, curta a deprê, se jogue no poço mas sabendo que lá no fundo haverá uma mola como diz a "querida" Adriane Galisteu. Eu sei que às vezes o drama é maior do que a gente acha que dá para aguentar, e tem gente que não aguenta mesmo, mas segurar a barra é preciso. Ninguém tem respostas para o que se passa. Ninguém sabe de verdade o que acontece. De todos os males de valor ao que você está passando. Pense. Repense. Sofra. Aprenda e continue, não há outra opção. Permita-se ser abraçado. Abrace. Ouça. Fale. Chore. E por mais que seja o único que sabe que o que sente de verdade considere tudo o que se passa ao redor. Sofrer sozinho é que não dá. E estacionar também não. Ninguém nunca disse que seria fácil.

One response to “Cada ponto de vista é a vista de um ponto”

Vitor Stefano disse...

Pepa, é bom separar o lenço que não há como não ter lágrimas rolando depois desse filme.

Mas o interessante é que o filme mostra e o julgamento é todo do expectador - digo na parte de como a mãe leva tudo isso. É dificil não julga-la pessimamente, mas só quem vive uma dor sabe até onde consegue suportar.

Ótimo post!

Vitor

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