quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

As Crianças e a Guerra




A combinação criança + guerra é receita de sucesso de muitos filmes. E se você for ver um filme que tenha essas duas palavras na sinopse, pode ter certeza: você vai chorar no final.

O Cemitério dos Vagalumes (Hotaru no Haka - 2008) não foge dessa linha. A história acontece no Japão, em 1945, pouco antes de sua rendição aos Países Aliados. Após a morte da mãe em um bombardeio, Seita (14 anos) e sua irmãzinha Setsuko (4 anos) partem para a casa de uma tia, que os recebe somente pelo interesse nos mantimentos que os dois carregam. Quando a comida acaba, os dois partem para viver à própria sorte.



Em 1988, essa mesma história foi contada na animação O Túmulo dos Vagalumes, baseada no livro semi-autobiográfico do autor Nosaka, em homenagem à sua irmã, que morreu de desnutrição em 1945. Ele então escreveu a história para tentar amenizar a perda, pela qual se culpava.

O filme e a animação contam a mesma história, porém a sensação após o término é completamente diferente. O filme é mais "seco" e trás uma sensação negativa, depressiva, enquanto a animação, que começa "pelo final", é mais sensível e poética, e deixa uma sensação de esperança.


Tanto o filme quanto a animação são excelentes. Seita é um jovenzinho forçado a abandonar a infância para assumir a missão de tomar conta de sua irmã, sua única razão para continuar vivendo. A menina age exatamente como uma criança de sua idade: ela abre o berreiro quando quer, seja de sono, fome ou por não conseguir abrir a latinha de balas que carrega, brinca e se diverte com coisas simples.

No que diz respeito à ação, não espere muita coisa. O foco não é a guerra, e sim a fragilidade da vida e da juventude. O que mais comove é o fato das crianças não serem vítimas somente da guerra, mas principalmente da indiferença e da falta de compaixão dos adultos.

Trailer do filme O Cemitério dos Vagalumes (2008):

Trailer da animação O Túmulo dos Vagalumes (1988):

One response to “As Crianças e a Guerra”

Wesley de Brito disse...

Olha, já assisti os dois e recomendo o anime do que o filme.

E realmente, se segurem, pois o mais valente, grosso e estúpido vai chorar, é impossivel não chorar pois nos remete a idéia de que poderia também acontecer conosco.

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