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domingo, 24 de outubro de 2010

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Atividade Paranormal 2

(Paranormal Activity 2, 2010)


Atividade Paranormal 2 é sem dúvida o filme de terror mais esperado do ano, afinal, o primeiro se tornou um fenômeno (com orçamento de US$ 11 mil, arrecadou US$ 62,5 milhões em todo o mundo). Quem não gostou do anterior, dificilmente vai ter qualquer empatia pelo segundo... Atividade Paranormal, ou você adora e acha apavorante, ou detesta e acha tosco. Particularmente, eu gosto bastante!

Diferente do primeiro, que era protagonizado por um casal, a sequência dessa vez reúne uma família completa; pais, um bebê e uma adolescente... não podemos esquecer do cachorro. Após chegar em casa e encontrá-la toda revirada, Kristi (Sprague Grayden) e Daniel (Brian Boland) decidem instalar câmeras de segurança em vários cômodos e do lado de fora, e como não podia deixar de faltar, eles gostavam de filmar o dia a dia da família. Após algum tempo, coisas estranhas começam a acontecer.

O ambiente agora é outro; com mais pessoas em cena, certamente o filme ficou mais dinâmico. Mas isso não diminuiu a ansiedade do espectador em querer levar sustos e ver algo acontecer. O diferencial de Atividade Paranormal 2 é, que agora, o público vai ficar louco procurando por algo em todo canto da tela, ficando mais tenso do que assustado se algo realmente acontecer. Ao final, contabilizando, eu levei no máximo 3 sustos. Ao contrário do primeiro!

O trailer não adianta muita coisa, e nem poderia, porque a direção teve uma sacada maravilha e... SPOILER (não leia o restante do parágrafo, se não quiser) juntou os dois filmes. Sim, a Katie, namorada do Micah que morre ao final de Atividade Paranormal 1, é irmã de Kristi e aparece na sequência. Pelo contexto, a história do segundo filme ocorreu primeiro, ou seja, os “maus espíritos” atormentaram a família de Kristi antes de irem atrás de Katie. Grande sacada! Já o final, horrível.

Atividade Paranormal 2 é menos assustador e mais intrigante que o anterior, tudo porque agora tem uma história, um porque dos fenômenos estarem acontecendo, e isso criou um zona de conforto para espectador, que se deparou com uma história mais bem desenvolvida. Dessa vez, o medo dos personagens ficaram mais em evidência, ao invés de simplesmente mostrá-los dando gritos pela casa. Vale muito a pena assistir ao filme, e com certeza, vem mais Atividade Paranormal por aí.

SPOILER Me expliquem como aquele bebê subiu novamente no berço quando “forças sobrenaturais” o tiraram de lá? Duvido muito que, após ter voltado ao quarto, o mau espírito camarada o tenha colocado de volta!

Por: Denise Carvalho


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Brilho de uma paixão

Bright Star (2009)


“Brilho de uma paixão” é um presente para os românticos e apreciadores de longas que cultuam o amor. John Keats (1795-1821) foi um dos maiores nomes do romantismo na Inglaterra, que viveu para sua poesia e amou ardentemente Fanny Brawne (1800-1865), sua musa. Muita gente pensa que “Brilho de uma paixão” é uma adaptação literária, mas não é. O filme é baseado na vida de John Keats, só que, sob o ponto de vista de Fanny.

A história se passa na Inglaterra em 1819, Fanny (Abbie Cornish) e Keats (Ben Whishaw) eram vizinhos e apenas uma parede os dividia. Fanny era muito sociável e passou a visitá-lo com frequência, chegando até a pedi-lo que a desse aulas sobre poesia. Esse não é o tipo de filme que usa como muleta certas expressões que esfregam na cara do espectador que logo logo eles vão se apaixonar. Tudo acontece naturalmente, tanto que fica dificil perceber onde a relação dos dois começou. Cada encontro era como se fosse o primeiro. “Brilho de uma paixão” é inocente, delicado e apaixonante.

Seria muito fácil rechea-lo de clichês, afinal, o amor de ambos só não foi consumado porque Keats morre aos 26 anos de tuberculose... Mas, a vencedora do Oscar Jane Campion se arriscou numa história que, previamente, agradaria apenas aos ingleses e amantes da poesia, e inovou o gênero (que está bastante saturado por sinal).

Podemos dizer que os poemas tornaram-se os protagonistas do longa, sendo que cada palavra que Fanny e Keats trocavam, fazia menção à alguma obra e procurava sempre expressar o amor que sentiam um pelo outro. “Brilho de uma paixão” é um ótimo romance/drama, e possui, sem dúvida, uma fotografia impecável!

Curiosidade: Carta que John Keats escreveu para Fanny Brawne quando estava na Itália.

Por: Denise Carvalho

terça-feira, 19 de outubro de 2010

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Educação sexual às avessas

Confesso que fiquei com frio na barriga quando aluguei esse filme, mas depois a sensação passou, afinal estamos falando de Woody Allen. Resultado: fiquei apaixonada pela sequência de esquetes - pra não falar filme.

“Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” (1972) é pouco convencional, e serviu para testar a capacidade do diretor como o gênio da comédia. Posso estar sendo pretensiosa, mas ele é um dos poucos que consegue lidar com o gênero de uma forma inteligente e sem vulgarizar. Baseado no livro homônimo de David Reuben, a película tem a missão de tirar dúvidas sobre sexo.

Considerando que sua produção se deu nos anos 70, os questionamentos podem parecer banais aos olhos de hoje. O que é sodomia? Os afrodisíacos realmente funcionam? Porque algumas mulheres não chegam ao orgasmo? Essas são algumas das perguntas que dão origem as esquetes – que ao total são sete - desde o bobo da corte tentando abrir o cinto de castidade da rainha, interpretada por Lynn Redgrave, a espermatozóides refletindo sobre a famosa corridinha até o óvulo.

Antes de se aventurar nessa bomba de irreverência proposta por Allen, certifique se você está realmente interessado, porque é preciso muita malícia e senso de humor para se encantar por essa produção. “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar” é engraçado, constrangedor e exagerado, diferente de tudo o que Woody Allen já produziu.



Ficha Técnica

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Ano de lançamento: 1972
Elenco: Burt Reynolds, Lynn Redgrave, Woody Allen,Tony Randall, Louise Lasser, Gene Wilder

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

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Os clássicos do romance

Para quebrar um pouco o clima - depois de tantas postagens sobre terror e suspense – indico a vocês 3 filmes que até hoje fazem nosso coração bater mais forte. Foi difícil fazer essa seleção, afinal, são tantos os que merecem destaque. Portanto, escolhi meus favoritos!


Aconteceu naquela noite (It happened one night, 1934)



Garota rica mimada foge de casa e jornalista desempregado encontra o furo perfeito. Quem disse que daí não pode surgir uma grande história de amor? Frank Capra e suas comédias marcaram a era de ouro do cinema e em 1934 ele produziu/dirigiu uma das comédias românticas mais ternas de todos os tempos. Vencedor do Oscar de melhor, filme, diretor, ator, atriz e roteiro, Aconteceu naquela noite consegue captar de uma forma divertida e apaixonante a cumplicidade que uniu os dois personagens. (Trailer)
Gênero: Comédia Romântica
Duração: 105 minutos
Direção: Frank Capra
Roteiro: Robert Riskin, Samuel Hopkins Adams
Produção:Frank Capra, Harry Cohn
Elenco: Clark Gable, Claudette Colbert, Walter Conolly

Casablanca (1942)



Nenhum outro filme é capaz de melhor representar o amor no cinema como em Casablanca. Durante a Segunda Guerra Mundial, Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergman) retomam um romance mal resolvido que havia começado em Paris. É impressionante como um filme de quase 70 anos ainda consegue nos emocionar tanto. Só vendo para enxergar a verdadeira essência dessa marco do cinema. (Trailer)
Gênero: Drama
Duração: 102 minutos
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch,baseado em peça de Murray Burnett e Joan Alison
Produção: Hal B. Wallis
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid,Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney Greenstreet

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)



Baseado num romance de Truman Capote, Bonequinha de Luxo é envolvente e sedutor. Holly Golightly é uma garota boêmia que leva a vida descompromissadamente, sobrevivendo de presentinhos de admiradores. Paul, interpretado por George Peppard é seu vizinho, com quem ela cria fortes laços de amizade, que mais tarde resultarão numa das cenas mais belas do filme - quando Hepburn e George se beijam na chuva ao som de Moon River. Audrey Hepburn nunca esteve tão deslumbrante, impossível não se apaixonar pela obra! (Trailer)
Gênero: Drama
Duração: 115 minutos
Direção: Blake Edwards
Roteiro: George Axelrod, baseado em livro de Truman Capote
Produção: Martin Jurow e Richard Shepherd
Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen

domingo, 17 de outubro de 2010

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Meu top 3 de Alfred Hitchcock

Mestre do suspense e genialidade são sinônimos de Alfred Hitchcock! "A história do cinema está cheia de cineastas que parecem verdadeiros autores - cineastas cuja obra tem consistência de expressão e parece demonstrar, antes de mais nada, o talento artístico e as convicções de uma única pessoa." Hitchcock é uma delas! É inegável que o diretor ainda inspira os amantes da arte e profissionais da área, que sabem dar o devido valor a esse legado; as películas mais angustiantes da história do cinema. Nascido em Leytonstone, Londres, no dia 13 de Agosto de 1899, Hitchcock foi criado por pais rígidos, que o punia severamente. Ele chegou até a ficar preso por alguns minutos, tudo porque contrariou seu pai ao insistir em viajar de ônibus interurbanos. Talvez daí surgiu sua fobia por policiais, tema frequente em vários de seus longas. Quem não conhece os clássicos do diretor, com certeza já ouviu algum comentário sobre ele após a exibição de algum filme de suspense. Fato que ocorreu comigo recentemente quando assisti Ilha do Medo (Shutter Island, 2010) de Martin Scorsese. Todo o clima tenso que compõe as produções de Hitchcock são logicamente acompanhadas por uma trilha sonora, que nesse caso, tem nome e sobrenome, Bernard Herrmann (1911-1975). O compositor teve suas trilhas utilizadas em diversos filmes do diretor, como Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958) e Intriga Internacional (North By Northwest, 1959). Mas o marco mesmo foi em Psicose (Psycho, 1960), exatamente na cena em que Janet Leígh é esfaqueada no chuveiro.

Sem mais delongas, indico a vocês agora, três grandes filmes do cineasta, obviamente os meus favoritos.

Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)


"A apoteose de todas as fixações psicossexuais ardentes e mal reprimidas de Hitchcock, Janela Indiscreta é também provavelmente (com a possível exceção de Um Corpo que Cai, de 1958) a mais bem-sucedida mistura de entretenimento, intriga e psicologia da extraordinária carreira do diretor" (livro: 1001 filmes). Um fotógrafo de sucesso, vivido pelo incrível James Stewart, é afastado do trabalho por causa de uma perna quebrada, a partir daí ele encontra no ócio um passatempo bem estimulante, o voyeurismo. "Jeff" (Stewart) começa a espiar seus vizinhos através da janela de seu apartamento e usa essa obsessão como um escape de uma relação séria com a estonteamente e mais bela impossível, Grace Kelly. Janela Indiscreta não permite que o espectador desvie o olhar um só segundo, principalmente quando Jeff desconfia que um dos vizinhos matou a esposa. "Nós, os espectadores, somos hipnotizados pelas ações dos personagens, que, por sua vez, estão hipnotizados pelas ações de outros personagens". Além desse mistério envolvente, sensual e dotado de humor negro, a vida entre quatro paredes das pessoas do vilarejo torna-se um atraente para quem está dentro e fora da tela.


Os Pássaros (The Birds, 1963)


É angustiante, claustrofóbico e pavoroso! Os Pássaros não tem uma explicação lógica, afinal, as aves aparentemente dóceis, atacam sem aviso prévio a cidadezinha de Bodega Bay. Esse não é um filme que se explica, mas que se sente. A maioria das cenas, logo após Tippin Hendren ser atacada por uma gaivota, são completamente tensas, já que a intenção dos pássaros é matar. Produzido e dirigido por Hitchcock, o longa é uma de suas principais produções, sendo referência de diversas obras posteriores de outros cineastas.

Festim Diabólico (Rope, 1948)


Festim Diabólico é um filme repleto de experimentações, e nem por isso deixa de ser um emocionante suspense de Alfred Hitchcock. Tecnicamente, o diretor enfrentou muitos desafios, já que o longa foi filmado em apenas um plano dividido em tomadas de 10 minutos cada (o máximo que um rolo podia ter). Para não revelar as emendas, ao final de cada rolo a câmera focava um lugar escuro - na maioria das vezes um paletó – e assim era feita a troca. Hitchcock chegou a chamar o longa de armadilha. Isso porque, com essas técnicas de filmagem, Festim Diabólico era praticamente uma peça teatral, tornando-se um desafio. Contando mais uma vez com James Stewart, a trama se passa dentro de um apartamento, onde dois rapazes, Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger), matam seu amigo David em busca de fortes emoções e pela sensação de cometer o crime perfeito. Os dois escondem o corpo num baú, que vai servir como mesa de jantar na festa que eles organizaram logo após o assassinato. O filme consegue manter a tensão dentro do mesmo cômodo o tempo inteiro, tendo apenas os personagens para manter o suspense da obra. Festim Diabólico é incrível e prova que um filme de conteúdo não precisa de efeitos especiais.

Foi uma tarefa quase impossível escolher apenas três filmes, mas mesmo assim, não posso deixar de citar outras obras de peso do diretor. O Homem que sabia demais (1934), Rebecca - a mulher inesquecível (1940), Interlúdio (1946), Um corpo que cai (1958), Intriga Internacional (1959), Psicose (1960), Frenesi (1972) etc.

sábado, 16 de outubro de 2010

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Ensaio (2006)

A relação entre mãe e filho na maioria das vezes não é fácil. Todo mundo tem seu lado rebelde e confortador, e como o César mesmo disse, "não importa nossa idade; não importa nosso estado; não importa o momento; o que realmente importa é: essa pessoa que sempre estará ao nosso lado." Mesmo que atrasado, dedico esse post a todas as mães! O curta pode não ter um happy end, mas nos lembra o verdadeiro significado desse amor maior que o mundo.



Ensaio é um curta bem tocante, que mostra o relação de amor e carinho entre mãe e filho. Marina (Andréa Beltrão) sonha em ouvir eu te amo de seu filho Bruno (Rafael Miguel), mas ele não consegue. Através de uma homenagem que a escola preparou para o dia das mães, Bruno finalmente consegue se abrir.
Emocione-se, chore, reflita e depois...vai correndo pra mamãe dizer EU TE AMO ok? rs.

Ficha técnica

Diretor: Marcio Salem
Elenco: Andréa Beltrão, Rafael MiguelRoberta Rodriguez
Gênero: Ficção
Ano: 2006 (Brasil)
Duração: 20 min
Local de Produção: SP

Clique aqui para assistir ao curta!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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O Sétimo Selo (1957)


(Det Sjunde Inseglet) Há meses eu venho criando coragem pra ver esse filme e não sei porque demorei tanto, ontem então, resolvi tirar o atraso e tive meu primeiro contato com Ingmar Bergman. Nascido em Uppsala, na Suécia, em 1918, Bergman - filho de um pator luterano - teve sua infância marcada por castigos psicológicos e corporais, vindo a ser temas recorrentes em suas obras. "Fez um total de 54 filmes, 39 peças para o rádio e 126 produções teatrais, onde seus temas principais eram Deus, a Morte, a vida, o amor, a solidão, o universo feminino e a incomunicabilidade entre casais".

Confesso que os primeiros minutos de O Sétimo Selo foram difíceis de digerir, perdi a concentração 5 vezes e comecei a ver tudo de novo. O filme têm cenas bastante intensas e que dificilmente vai sair da sua mente após assisti-lo; imagine um cavaleiro jogando xadrez com a morte? Sim, a vida dele está em jogo, mas esse jogo vai bem mais a fundo.

Antonius Block (Sydow), um cavaleiro que acaba de retonar de uma cruzada que durou 10 anos, questiona sua fé em Deus e na humanidade. Num silêncio um tanto quanto tenebroso, um homem vestido de preto aparece diante de Block, que pergunta: "Quem é você?", "Eu sou a morte"! A tensão toma conta do cenário porque a "partida" vai durar praticamente o filme inteiro. Com diálogos simples, mas ácidos e engraçados, cada personagem ganha uma importância diferente, ao entrar na vida de Block durante sua caminhada. Um malabarista alegre (Nils Poppe), sua mulher de beleza incontestável (Gunnel Lindblom) e o bebê, que desenterra o sentimento de inocência no filme, ao estar sempre rindo e brincando com a mãe. Os três se juntam a Antonius para fugir da peste, mas a família salva a si mesmo no momento da dança da morte.

O Sétimo Selo foi feito pra chocar, não devido as cenas fortes ou por tratar da morte/Deus tão abertamente. Mas sim, porque os questionamentos feitos por Block, são comuns até hoje! O seu personagem chega até a se aproximar de uma bruxa que está prestes a ser queimada, só para perguntar ao Demônio o que ele sabe sobre Deus, caracterizando assim seu desespero, que parecia estar a frente da sua própria vida que estava em jogo.

O Sétimo Selo é um filme que deve fazer parte da lista de qualquer cinéfilo! Espetacular!Confira também um artigo sobre a obra!



Ficha Técnica
Título original: Det Sjunde Inseglet
Gênero: Drama
Duração: 96 min
Ano de lançamento: 1957 (Suécia)
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman, baseado em peça de Ingmar Bergman
Produção: Allan Ekelund
Música :Erik Nordgren
Fotografia: Gunnar Fischer
Figurino: Manne Lindholm
Edição: Lennart Wallén
Elenco: Max Von Sydow , Gunnar Björnstrand , Bengt Ekerot , Nils Poppe , Bibi Andersson

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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M - o vampiro de Dusseldorf (1931)


Diante do olhar aterrorizante do assassino Hans Beckert e com melodias que fizeram jus as cenas; M - o vampiro de Dusseldorf (Fritz Lang, 1931) rompe com algumas convenções ao ser produzido para o gênero de horror, com características melodramáticas e expressionistas da época. É justamente por isso que o gênero só pode ser identificado ao final.

A obra de Fritz Lang funciona como um documento por ser uma tomada do expressionismo alemão - estilo cinematográfico bastante comum na época - que se caracterizou pela distorção de cenário e outras técnicas, com a intenção de expressar a maneira com que os realizadores enxergavam o mundo. Lang faz uso da deformação de detalhes para impressionar os espectadores. No caso de M – o vampiro de Dusseldorf, a visão de uma sociedade amedrontada por um infanticida.

“O expressionismo já não vê, mas tem visões. Ou seja, a realidade não é mais contemplada segundo os dados dos sentidos, mas o homem consegue tão somente projetar visões subjetivas e interiorizantes do real”. (RUBINATO, Alfredo).
Fritz Lang era uma pessoa extremamente detalhista – destacando cenários e símbolos – capazes de ofuscar qualquer tipo de insatisfação através da beleza das cenas. O expressionismo exemplificado pelo olhar de Hans criou um mundo só seu, ele que não se adaptou aos processos da realidade. A utilização do PPP (primeiríssimo plano), o zoom no seu semblante desesperador, a ausência do som no momento da perseguição do assassino; tudo isso enriqueceu a produção de uma grande obra que caracterizou a fase do expressionismo alemão.



Ficha Técnica
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou, Fritz Lang
Ano de lançamento: 1931
Elenco: Peter Lorre, Gustaf Gründgens, Ellen Widmann, Inge LandguOtto Wernicke, Theodor LoosFriedrich Gnab, Fritz Odemar

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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A felicidade não se compra (1946)


(It's a Wonderful Life, 1946) Considerado um dos cineastas mais importantes da história do cinema, Frank Capra reuniu em uma única película tudo o que as pessoas vêm esquecendo com o tempo, o amor/atenção pelas pequena coisas. A Felicidade Não Se Compra (It's a Wonderful Life, 1946) toca, e toca profundamente qualquer ser humano dotado de emoções. Antes de falar sobre essa história marcante, vou apresentar a vocês - em poucas palavras - Frank Capra. Cineasta norte-americano nascido na Sicília (1897-1991) e inventor da comédia romântica, Capra começou a carreira no cinema em 1921, dirigindo curtas-metragens e trabalhando como montador, redator de títulos e roteirista de programas cômicos. Entre suas produções mais conhecidas, estão: Aconteceu Naquela Noite (1934), A Mulher Faz o Homem (1939) e O Galante Mr. Deeds (1936). Mas foi em A Felicidade Não Se Compra que o diretor se consagrou.

O filme chegou a concorrer ao Oscar de melhor filme, diretor, ator, edição e som, mas infelizmente não venceu em nenhuma das categorias. George Bailey (James Stewart), um homem alegre e de bom coração, cresceu na pequena cidade de Bedford Falls, em Connecticut, mas sonha em viajar pelo mundo. Mas sempre que ele fazia planos, o dever parecia entrar em seu caminho. Preocupado em ajudar os outros, George sacrificou seu futuro para cuidar da empresa de seu pai, e mesmo não sendo o emprego dos seus sonhos, o seu casamento com Mary (Donna Reed) aliviou um pouco essa pressão e colocou a felicidade em seu caminho.Pai de família e cheio de responsabilidades, George passa a ser pressionado por Mr. Potter (Lionel Barrymore), que ameaça colocá-lo na cadeia em nome de uma dívida de 8 mil dólares. George acaba tentando suicídio pulando de uma ponte, quando então, um anjo chamado Clarence, aparece para mostrar a George o que teria sido de Bedford Falls se ele não tivesse nascido.

"It's a wonderful life" e até mesmo o nome em português, "A Felicidade Não se Compra", parecem fazer mais sentido agora. Isso porque George ganhou uma segunda chance; chance de viver novamente e abraçar sua família diante de tal compaixão.Quase 60 anos anos depois, o filme ainda é intenso, e diante de tantas produções que simulam o desrespeito e a desvalorização humana, a mensagem otimista de "A Felicidade Não Se Compra" parece que está longe de envelhecer. Não deixe de conferir essa obra prima!Emocione-se e chore diante dessa cena inesquecível!




Ficha Técnica

Título Original: It's a Wonderful Life
Gênero: Drama
Duração: 129 minutos
Ano de Lançamento: 1946
Direção: Frank Capra
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett e Frank Capra, baseado em estória de Philip Van Doren Stern
Produção:Frank Capra
Música:Dimitri Tiomkin
Fotografia:Joseph F. Biroc e Joseph Walker

terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Sherlock Jr. (1924)


Inaugurando minha coluna com a proposta de relembrar o cinema das antigas, começo apresentando a vocês Buster Keaton, um dos diretores mais intrigantes de todos os tempos.
Numa temporada onde filmes em 3D tomam conta do cinema mundial, aquelas obras antigas que não tem cor e muito menos som, caem no esquecimento.
Com James Cameron as tecnologias cinematográficas foram revolucionadas e agora só ouvimos falar em Avatar. Mas garanto que aqui será diferente.

Sherlock Jr. (Buster Keaton, 1924) é um filme de apenas 44 minutos, mudo e p&b, nada disso capaz de ofuscar sua qualidade. Aspirante a detetive, um projecionista de cinema é acusado de roubar o relógio do pai de sua namorada. Triste, ele volta ao trabalho e adormece durante uma projeção. No seu sonho - fazendo um contraponto entre a realidade e ilusão - ele acaba entrando na tela do cinema no papel de um dos detetives mais famosos do mundo, Sherlock Jr.

Mesmo sendo o menor longa-metragem de Keaton, esse filme tem um ritmo alucinante, que aproveitando os dotes extras do cineasta, ele fez questão de executar as chamadas gags (corrida, fuga, queda, acrobacia), deixando o longa ainda mais divertido. O cinema cômico não tem hora ou lugar para ser produzido e Buster Keaton o fez com bastante eficácia, ao lado de grandes nomes como Charles Chaplin e Harold Lloyd.

Sem generalizar, mas as pessoas deveriam dar uma oportunidade aos filmes de outras décadas. Uma boa fonte de pesquisa sobre "o que assistir" é o livro "1001 filmes para ver antes de morrer" (Steven Jay Schneider), que faz um breve comentário sobre diversas obras de diferentes épocas. Uma boa dica para quem está a fim de fugir da explosão de clichês produzida por Hollywood.

"[...] a corrente do cinema flui mais rapidamente do que as outras, de que seus gostos se entredevoram, de que os clássicos são logo esquecidos, de que as inovações não tardam a envelhecer, de que a inspiração pode nos abandonar repentinamente." (Jean-Claude Carrière, A linguagem secreta do cinema, 1995).