Hoje em dia é raro assistir a um filme de terror bom. Aquele filme 'true horror' de deixar o espectador tenso, com medo do que vai acontecer na próxima cena. Então que eu vi o trailer de "The possession of David O'Reilly", um filme britânico que foi muito assimilado com Atividade paranormal (devido aquela antiga história de dizer que o filme é real e todos conhecem).
O filme é melhor que Atividade paranormal, isso sem dúvidas. Pra começar, a história ja é conhecida de tempos: Um casal recebe na madrugada um amigo, abatido por ter terminado com a namorada. Logo, deixam o tal amigo (David) passar a noite na casa. Então que o casal percebe que tem algo errado: David começa a falar que os "monstros" não o deixaram em paz e estão cercando a casa.
Mas o foco do filme não está no roteiro, e sim na direção do filme. A câmera, várias vezes, se torna um personagem da trama, hora David, hora Alex. E isso é o mais divertido, por que nas cenas de tensão, onde a escuridão toma conta das cenas, você se sente dentro do filme. O mais legal é que, além da câmera encarnar nos personagens humanos, as vezes ela mostra o ponto de vista dos demônios. Uma jogada original e genial.
Falando em escuridão, o ápice do filme é quando acaba a luz na casa e a unica claridade que temos é David com o celular na mão. O escuro chega até a incomodar, se talvez utilizassem um pouquinho mais de claridade, o filme seria melhor. Mas é aquela velha de história de: "hey, vamos deixar super realista, tudo bem?".
Nessa história de deixar o filme mais realista, o uso de atores amadores na projeção é essencial. Até que os atores desse filme se esforçaram em algumas cenas, mas mesmo assim às vezes chega a ser hilário. O maior destaque, na verdade, é o próprio David; que consegue transparecer paranóia e medo de uma maneira... sutil.
A trilha sonora é outro ponto forte do filme; arrepiante, chega a dar calafrios de tão intensa. Agora, o desfecho do filme é constrangedor. Não sei o que aconteceu com os diretores, mas cagaram nas cenas finais. Tinha tudo pra dar certo, mas acho que o roteirista largou as gravações e entregou na mão de algum americano que não sabe escrever direito. Sempre acontece. Mesmo assim, The possession of David O'Reilly (parece que mudaram o nome nos EUA e virou 'The tormented') consegue ser tenso e assustador. Uma boa dica de filme do gênero ja saturado.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
The Possession of David O'Reilly
sábado, 4 de dezembro de 2010
Demônio
Um suspense barato, com um roteiro fraco e cenas que não assustam... Assim resume-se "Devil" do diretor John Erick Dowdle, escrito e produzido pelo "cara das bolas foras" M. Night Shyamalan.
A história é simples: Cinco pessoas ficam presas no elevador; uma delas é o diabo. Simples assim. Claro que o filme não fica só dentro do elevador: por fora, um detetive tenta relacionar esse acontecimento com um homicidio que aconteceu mais cedo, no mesmo prédio.
Mesmo com a trilha sonora incessante, "Demônio" não consegue criar uma cena boa de suspense, do tipo: "putz, nunca imaginei isso". E nem deve ser levado a sério, digo isso por um simples fato: um mexicano que trabalhava na segurança do hotel, começa a desconfiar que o diabo esta no prédio, e para defender sua teoria de que quando o chifrudo esta por perto, tudo tende a dar errado, ele pega uma torrada (com geléia ou não) e joga no chão. A torrada cai com a geléia pra cima: "Não disse! A torrada sempre cai com o recheio pra baixo". Essa é a explicação do cidadão...
Os atores, que até então eu desconhecia a maioria, não tem simpatia com a câmera. Parece que estão sendo forçados a fazer o filme. Em meia hora, você espera que o diabo apareça logo e leve todo mundo pros quintos.
Ja não era de se esperar muita coisa do filme, afinal, além do M. Night Shyamalan no roteiro (que ultimamente só vem soltando bombas), o diretor aqui é o mesmo que dirigiu a versão americana de Rec, "Quarentine". Isso mesmo, aquela versão medíocre do filme espanhol.
Qualquer um que esteja procurando um filme de terror pra assistir numa sexta-feira a noite, para sentir aquele frio na barriga, tomar aquele susto de tirar o fôlego... deve passar longe de Demônio.
Obs: Pela temática, o filme teria que causar uma sensação claustrofóbica no espectador nos oitenta minutos de projeção,mas não teve êxito.
Pra comparar, vou mostrar um curta antigo, do diretor do cubo, Vincenzo Natali. Em vinte minutos, ele consegue criar uma atmosfera paranóica e tensa, coisa que "Demônio" não conseguiu nem um pouco.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Minhas mães e meu pai
Sem grandes expectativas, fui ver "Minhas mães e meu pai". Vi vários comentários, alguns positivos, alguns negativos, isso me deixou curioso, e só. A premissa do filme chama atenção, por se tratar de uma minoria injustiçada: os homossexuais. Trata-se de um casal de lésbicas que tem dois filhos, do mesmo doador de esperma. Dezoito anos depois, os filhos decidem conhecer seu gerador. E esse é o começo do filme.
Um filme desse gênero só podia dar certo com uma mulher na direção. Quem assume por aqui é a pouco conhecida, também roteirista, Lisa Cholodenko, que deixa a película neutra, assim como o doador de esperma, interpretado por Mark Ruffalo, que não mostra nada de diferente do que ele ja mostrou em outros filmes. Agora, as mães, interpretadas por Juliane Moore e Annete Benning, merecem uma salva de aplausos.
É dificil falar sobre "Minhas mães e meu pai", pois, mesmo sendo "diferente", se fossem usados casais tipicos (homem e mulher), a pelicula correria da mesma maneira. Acho que por isso o filme não tem tanto destaque, faltou alguma coisa. O mesmo acontece com o desfecho final do filme, que podia trazer alguns suspiros para a platéia, mas acaba caindo na mesmice de sempre.
"Minhas mães e meu pai" se mostra simples e correto, mas quando acaba, sentimos que faltou algo. Algo que podia ter feito toda a diferença, e talvez por isso, o filme acaba não sendo tão grande quanto deveria.
Destaque para a trilha sonora, composta por MGMT, Cansei de ser sexy, David Bowie e muitos outros.
domingo, 14 de novembro de 2010
Comer, rezar, amar
.. mas o que eu fiz no cinema foi "comer, bocejar e dormir".
O filme é baseado na experiência de vida de Elizabeth Gilbert, que logo em seguida escreveu um livro que vendeu mais de 4 milhões de cópias. Conta do dia em que Lizz não se sente mais feliz, não consegue se "encontrar", então, logo após divorciar-se, sai viajando por um ano com destino à Itália, Índia e Indonésia.
Tudo bem, parece ser uma história legal para ser contada em um livro, mas passado para as telonas, ficou tão desnecessário quanto gravar um novo Batman em 3D. A narração do filme cansa, a trilha sonora, como meu amigo me disse em um momento do filme: "Que trilha sonora chata! Me dá sono." e eu respondi: "Não é só a trilha sonora que esta me fazendo dormir." e a Julia Roberts ta precisando de um descanso, por que olha, não gostei nada do que eu vi por parte dela. Certa hora até confundi com a Sandra Bullock, desde que as duas são atrizes, um tanto quanto regulares, não conseguem mudar de expressão de filme para filme; são sempre os mesmos rostos.
Paguei o ingresso por um nome: Javier Bardem; e para o meu desprazer, o ator só aparece nos últimos minutos de filme. A fase do "amar" foi tão curta que o ator não teve espaço para demonstrar muita coisa.
Outra coisa que me inquietou de verdade, talvez por eu ser um pessimista de carteirinha, foi o fato de todos que Lizz conhece serem pessoas simpáticas e sempre dispostas a ajuda-la. E todos falam inglês. Olha, vou perguntar: "Pra que mundo você viajou? Por que né..."
Assumo que em certas partes do filme eu dei aquela risada breve, tão breve que os músculos faciais quase não se mexiam. Então eu tive que aguentar duas horas na cadeira, quase morrendo de tédio. E o que me perturbou, foi meu amigo dizendo: "Esse filme só serve para mulheres!" e logo em seguida, percebi que todas as mulheres, na saída do cinema, faziam comentários maravilhosos, como se o filme fosse uma obra de arte. Vou dizer pra vocês: não é uma obra de arte, e esta a quilômetros de ser. Então, para os mais críticos do gênero, passem longe.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Scott Pilgrim contra o mundo
Até esses dias, Kick-ass e Machete eram os filmes mais divertidos do ano, pra mim. Depois de ver Scott Pilgrim, percebi que estava errado, e esse sim, é o filme mais divertido e engraçado do ano. E vai ser difícil lançar algum que tire ele dessa posição.
A história, adaptada do HQ escrito por Bryan Lee O'Malley, narra a vida de Scott Pilgrim, que toca baixo em uma banda chamada Sex bob-omb, totalmente sustentado pelo seu amigo gay (qual até dividem a mesma cama) e mora em Toronto. Scott logo se apaixona pela garota mais "descolada" que acaba de se mudar pra cidade, Ramona. O que Scott não sabe é que pra ficar com a garota, ele vai ter que enfrentar os sete maléficos ex-namorados de Ramona.
Pra quem não viu a Hq, como eu, vai achar, pela sinopse, que não passa de mais um filme direcionado pro publico adolescente atual. Mas é bem diferente disso. Scott Pilgrim vai alegrar não só o publico adolescente, mas os geeks (que provavelmente já conheçam algo sobre a adaptação), principalmente, por suas referências aos quadrinhos e games.
As referências são visiveis, como quando Scott disputa com um ex-namorado, aparece um VS, indicando o combate; ou até mesmo a derrota de um ex-namorado, que logo se transforma em moedas. Até as musiquinhas que tocam no Zelda, quando Link encontra itens ou baus, tocam no filme; maravilhoso.
A edição é miraculosa. Uma das mais perfeitas que eu vi esse ano. As cenas de batalha, os cortes rápidos e alguns outros fatores, fazem do filme a adaptação mais divertida ja criada. O diretor de Scott Pilgrim é Edgar Wright ( o mesmo que dirigiu "Hot fuzz", "Shaun of the dead" e o fake trailer "Don't", que passa no projeto "Grindhouse" de Tarantino e Rodriguez.), o que explica muita coisa.
Michael Cera que estava muito bem em "Superbad" e "Juno", convence bastante como Scott Pilgrim, tambem. Não só Michael Cera como os outros personagens. É dificil não criar simpatia com a "Sex bob-bomb" ou com o amigo gay de Scott, interpretado por Kieran Culkin, que rouba a cena várias vezes.
Quando a projeção do filme inicia, a sensação que temos é de ter ligado um nintendo, e isso fica claro assim que o logo da Universal aparece em 8 bits. Depois disso, as referências aos jogos antigos são muitas, mesmo.
Para os geeks que ainda jogam Zelda, Super Mario, arcades e sabem que o símbolo "X" no braço de Scott é o mesmo do X-men, Scott Pilgrim pode entreter demais. Agora se você é dessa galerinha nova que acha pac-man uma perda de tempo, Far cry o melhor jogo já criado e pensa que Ben 10 é a maior curtição, acho melhor nem passar perto de Scott Pìlgrim, pois não vai entender metade das referências que o filme faz.
Obs: Só não entendo o por que de Scott Pilgrim não ter feito tanto sucesso quanto merecia, em sua estréia.
domingo, 17 de outubro de 2010
Irreversível
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Monstros
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Machete
Em 2007, Quentin Tarantino e Robert Rodriguez fizeram um projeto chamado Grindhouse, com o propósito de relembrar das grindhouses, locais onde passavam dois filmes juntos, pelo preço de um único ingresso. Filmes exploitation, filmes b, trashs eram as atrações principais. Como uma homenagem ao cinema sessentista/setentista desse gênero, Rodriguez fez sua parte com Planeta Terror e Tarantino com À prova de morte (que demorou longos três anos para ser lançado no Brasil). No intervalo desses filmes, passavam trailers fictícios, e foi assim que nasceu Machete.
Rodriguez é uma diretor bipolar. Com intervalo de dois anos, ele lançou Planeta terror e A pedra mágica. Vocês podem imaginar? O por que disso, eu já não sei. O que eu sei, é: quando Rodriguez decide fazer o certo, ele realmente volta às origens, fazendo jus aos filmes que o consagraram (Um drink no inferno, Era uma vez no méxico).
Em Machete, ele abusa tanto de situações clichês e personagens estereotipado intencionais, que o filme acaba se tornando a maior diversão do ano, talvez. O filme acontece logo após que Machete começa a ser perseguido pelo chefão do tráfico mexicano, interpretado por Steven Seagal. Seu refugio é o Texas, e a trama realmente começa quando Machete aceita um serviço de um tal "Michael Booth": Assassinar o senador McLaughlin. Mas quando Machete vai por o plano em ação, descobre que tudo não passa de uma armadilha, e logo após, Machete quer vingança.
No filme você vai encontrar muito sangue, situações cômicas, enfermeiras com metralhadoras, Lindsay Lohan vestida de freira (que por motivos inexplicáveis, eu confundi com a Scarlett Johansson), Michele Rodriguez "caolha", Robert DeNiro vestido de mexicano e muitas outras coisas que você nunca imaginou presenciar.
Para dar suporte aos diálogos cômicos, falas como "Deus tem piedade. Eu não" ou "Nós não cruzamos a fronteira. A fronteira nos cruzou". Tudo isso sem perder o ritmo do roteiro, que segue, sanguinolento, até o final.
Robert Rodriguez transformou aquele trailer falso de Machete em um filme grande, que deixa "Os mercenarios" do Stallone no chão, chorando como uma criança manhosa. O verdadeiro significado de "Cinema pra macho".
domingo, 3 de outubro de 2010
Resident evil: Afterlife
Resident evil, pra mim, foi a melhor sequência de jogos de terror que ja inventaram. Passava horas a fio jogando, quando criança, e até hoje em dia, quando da saudades, ligo o console e vou fugir de alguns zumbis. Mas até que, em 2002, algo novo surge na minha frente: Um cartaz enorme anunciando "resident evil: o hóspede maldito" como próxima sessão de cinema. Fiquei louco de curiosidade, mas logo ela passou e deu lugar ao desgosto. Mesmo naquela época não sabendo direito o que realmente "significava" cinema, sabia que esse filme era uma bomba.
Eu via personagens que não estavam no jogo; uma história bem diferente da apresentada no jogo e Alice: "Mas que merda é Alice?". Mas Paul W.S. Anderson não tinha feito tanta coisa errada assim; digo até que o primeiro Resident evil foi algo... legal. Assim foi com o segundo, e no terceiro já não sabia mais o por que da franquia chamar Resident Evil.
Agora estamos no quarto filme da série: Afterlife. O filme ja começa muito viajado, com boas sequências de ação, mas só isso, desde que não há roteiro que salve Resident evil do fracasso. A ponta de esperança que eu tinha, já que o diretor era o mesmo do primeiro, era quase nula, e depois de longas cenas em "slow motion" (por causa do 3-D), ela desapareceu. Mas não vou criticar o fator 3-D do filme, pois parece que foi bem utilizado; Exagerado, as vezes, mas o público deve ter pago justamente por isso: um machado-amaciador gigante de carne voando em direção da tela.
Uma coisa que me intriga é a infidelidade da sequência cinematografica com a franquia de jogos: parece que não querem seguir fiéis em nada, com a história do jogo. Personagens importantes desde o primeiro jogo da franquia, aparecem por aqui, totalmente "fúteis", assim dizendo: Wesker, Chris... Não espero que quem só veja os filmes, entenda a importância desses personagens na trama.
E nesse quarto, se você achou Nemesis um personagem forçado (acredite, ele realmente existe nos jogos), você vai ficar constrangido com os "novos" que criaram. Agora temos zumbis, que mais parecem vampiros do blade: eles abrem a "boquinha" e sai aqueles trezentos dentes; temos cachorrinhos que, por acaso, abrem no meio e viram uma boca gigante (isso não existe no jogo, e nem em qualquer tosquice que ja inventaram) e até mesmo um personagem que parece ter saido de outro jogo: como eu ja disse, com um meio machado, meio amaciador de carne gigante.
Como fã em potencial dos jogos da série Resident evil, sou suspeito em criticar a sequência cinematográfica. Mas creio que uma franquia de jogos, pode se dar bem no mundo do cinema, como aconteceu com Silent Hill: tirando alguns detalhes, o filme foi muito fiel a história do primeiro jogo, que saiu para playstation.
Agora se você é, assim como eu, fã dos jogos e tinha uma ponta de esperança nesse último, recomendo ficar em casa e assistir outra coisa: Resident evil: degeneration. Que é um filme animado da capcom , todo fiel a história dos jogos. Vale muito a pena conferir.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Eles vivem
sábado, 25 de setembro de 2010
O banheiro do papa
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Homem elefante
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Coco antes de Chanel
Quem diabos foi "Coco Chanel"? Aposto que muitos perguntaram isso, antes de ver o filme. Os mais curiosos no assunto moda, devem sabem. Já eu, leigo no mundo da moda, não sabia ao certo quem era, até assistir o filme. Gabrielle Chanel foi uma estilista famosa, que inovou com modelos femininos baseados em vestuário masculino.
A história, como o título sugere, é contada antes dela ser conhecida como a grande estilista Chanel; lá atrás, quando era apenas conhecida como "coco", apelido dado pelo pai. Antes de ser famosa, cantava em cabarés, ao lado da irmã, lugar onde conheceu Étienne Balsan, qual mais tarde iria morar junto, para estabelecer vínculos com a sociedade parisiense; Por intermédio desse, conhece seu grande amor, Boy Capel.
Coco era uma mulher que explorava a beleza sutil, o simplório, o necessário; foi a mão que soube criar, num universo onde cores berrantes e extravagantes, vestuários magníficos com o simples preto básico. Uma mulher de pouco amor, séria, objetiva; bem interpretada por Audrey Tautou, a eterna Amelie Poulain.
O filme é uma pequena biografia sobre o começo da carreira de Coco, então não espere muito que isso; um bom filme e só. Uma pequena palinha da história dessa grande mulher que revolucionou o conceito de moda politicamente correta quebrando algumas barreiras machistas.
domingo, 12 de setembro de 2010
Possessão
Aqui, também, temos um casal em crise. Assim que Mark chega de viagem, abraça a esposa (Ana) e sente que ela não o ama mais. Do começo em diante, o terror começa. Começa de maneira bizarra; De maneira simbólica, com duplo sentido em todos atos, o filme se alastra. A dor da separação e o amor obsessivo, causam transtorno em ambos os personagens, inibindo-os de qualquer sensação de felicidade.
Quando Mark descobre que Ana tem um amante, ele surta. Mas como ainda a ama, tenta de todas as maneiras faze-la voltar pra casa; até usando do filho do casal como pretexto para ela ficar. A dor que Mark sente é tanta, que a falta da esposa o causa abstinência.
Possessão não deve ser levado ao pé da letra. Muitas pessoas reclamam do filme por que pensaram que, pelo nome, seria um filme demoníaco, estilo O exorcista. No caso, a personagem principal esta possuída: pelo demônio da culpa. E o marido também, devido ao longo tempo que passava, a trabalho, fora de casa, deixando sua familia em segundo caso. Vendo a instabilidade que causou a sua família, Ana pira. Fica possessa de culpa, maquiavélica, sedenta por sangue.
Atuações magnificas; todo o sentimento de raiva, ódio e qualquer outro sentimento pessimista que o ser humano remói, no filme é mostrado intensamente, sem cortes (só na versão americana rs). Dou ênfase na cena do metrô, em que a personagem tem surtos psicológicos constantes, por uns dois ou três minutos. Terrível; genial.
Com um clima pesado, um desenrolar amargurado e sanguinário, "Possessão" percorre as duas horas de filme com muito conteúdo e simbolismo. Pior que acordar do pesadelo que foi assistir "Eraserhead" do David Lynch, é acordar de "Possessão" é saber que algumas das imagens nunca mais sairão de sua cabeça. Como em "Anticristo".
Obs: Agora eu sei de onde a Charlotte Gainsbourg tirou inspiração para interpretar sua personagem, na obra de Lars Von Trier. Essa inspiração se chama Isabelle Adjani .
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
A liberdade é azul
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Triangle
Um bom suspense psicológico, hoje em dia, não é fácil de encontrar, e Triangle é uma boa pedida. Não digo que o mesmo esteja no nível de Ilha do medo ou Tale of the two sisters, mas vale muito a pena conferir. E viva a geração nonsense!
Teoria do autor (SPOILERS PERIGOSOS)
Como um filme nonsense, há algo mais gostoso do que expressar as teorias mirabolantes sobre a idéia do filme?
Então vamos lá.
Por fim, a trama toda foi explicada logo no começo, antes mesmo dos fatos se tornarem "concretos", quando a amiga do Greg explica a gravura que estava em uma das paredes do navio, falando sobre Aeolus, Deus do vento, na mitologia grega. Com base na historinha do cara que, punido por tentar enganar a morte, subia um barranco carregando uma pedra pesada e lá no topo a jogava, e repetia isso inúmeras vezes, só para ve-la cair novamente.
Dito isso, a explicação do filme: Jess, que no começo do filme se mostrava uma mãe boa, na verdade era rígida e dura com o filho autista, acaba sofrendo um acidente fatal, onde ela e o filho morrem. Angustiada, pega "carona" com a morte e pede para deixa-la no porto. Chegando lá, ela promete para morte que voltaria, mas não volta. Dessa parte em diante, a punição de Aeolus surte efeito, e a faz vivenciar a chacina no barco várias vezes, por vários ângulos, sem chance de escape.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
...And they lived happily ever after
Radiohead - Creep (quer mais?)
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Ondas do destino
Sem concretizar uma critica destrutiva sobre a igreja, Lars Von Trier analisa de perto as rígidas decisões tomada pela igreja contra uma "pecadora" e sua punição. Homens que julgam quem vai para o inferno ou não, sem compaixão, piedade ou perdão.
Igreja medieval e os milagres divinos: uma igreja onde as mulheres não tem o poder da palavra, do expressionismo. Uma igreja onde a palavra é seguida ao pé da letra e onde não há espaço para perdoar o pecado e as transgressões religiosas; Um vilarejo onde renasce com os principios medievais, sem chance de redenção.
E os milagres, existem ou não? A dúvida maior do filme são os pedidos de Bess "atendidos" por Deus, mas que sempre deixam sequelas. O questionamento decorrente do filme, que transforma Deus em um vilão, contra os pedidos tristes e amargurados da Maria Madalena moderna.
Um filme injusto sobre um tema polêmico, dirigido com destreza e seriedade por quem realmente entende de cinema; Lars Von Trier.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Taxidermia
A segunda história é sobre Kelman, filho de Morosgoványi, que nasce com um rabo de porco. Quando cresce vira um "atleta alimentar", que compete em festivais de quem come mais sopa, ou biscoitou, ou bolo... É apaixonado por uma mulher, tambem atleta alimentar, qual gera seu filho, a terceira geração da história.
sábado, 7 de agosto de 2010
Uma relação pornográfica
Diferente do título, "uma relação pornográfica" não tem nada de pornográfico. Bom, nada explicito e "escancarado", assim dizendo. O filme se constrói em torno do que parece ser um documentário, entrevistando uma mulher e um homem, em lugares diferentes. Eles contam para o entrevistador como que foi a experiência de nutrir um relacionamento por um anúncio em uma revista.
Com uma direção madura, o filme vai crescendo, não nos cenários ou situações, mas sim nos diálogos. O filme todo é passado em dois lugares: onde eles se encontram, uma espécie de bar; e outra num quarto de hotel, onde fazem amor todas quintas e sábados (se não me engano). Com o passar do tempo, os sentimentos de ambos vai mudando e o que era pra ser somente um relacionamento sexual, acaba se tornando mais forte.
Essa transição de emoções nos coloca perante duas pessoas que com o tempo, se apaixonaram. E dae em diante aparece o vilão da história toda: o amor. O medo de construir alguma coisa séria, derrama várias lágrimas dos personagens, que sucessivamente discutem e ameaçam romper relações.
O amor, como em vários filmes, é um sentimento forte e confuso, nesse filme também. Digo por uma cena, que mexe com os personagens: Um velho sofre um ataque cardiaco e morre. Ele pede para não chamar sua esposa, mas o hospital, seguindo as normas politicamente corretas, chama-a assim mesmo. Assim que a velha chega, ela começa a contar a história do velho, falando que ele a traia e tudo mais, e mesmo assim, ela o amava. Por fim, ela diz que vai cometer suicidio.
Sem melodrama ou romance forçado, "uma relação pornográfica" se mantem firme e forte, por seus 80 minutos de filme. Além de ser um prato cheio para os cinéfilos que apreciam um bom filme francês, agrada também aqueles que gostam de uma boa e construtiva conversa entre "marido e mulher".