sábado, 25 de setembro de 2010

O banheiro do papa

(El banõ del papa, 2007)



Com uma fotografia crua, somos levados à uma cidadezinha uruguaia, que faz divisa com o Brasil, se preparando para a chegada do papa João Paulo II. O mês é maio; o ano, 1988. Com a expectativa em alta, os habitantes da cidade pensam que a visita do papa ia gerar um acumulo de visitantes (eram estimados, uns diziam 30 mil, outros diziam 60 mil), vindo de outras cidade, até mesmo vindo do Brasil. Com isso, eles fazem dividas com o banco, no intuito de abrir negócios de comida, para alimentar os visitantes. O que acontece é que, no máximo do máximo, somente 8 mil pessoas compareceram à visita do papa.

Bom, teoricamente, é sobre esse fato real que fala O banheiro do papa.

Beto é um pai de familia, que vive do contrabando para sustentar sua familia. Em cima de sua bicicleta e com companhia de um ou dois amigos, passa a fronteira para pegar mercadoria do Brasil para um comerciante de sua cidade. Depois de muitos acontecimentos negativos em sua "carreira", Beto tem uma idéia de como ganhar dinheiro em cima da visita do papa: ele vai abrir um banheiro. A premissa básica é óbvia: com tantas barracas de comida, o povo ia precisar fazer suas necessidades.

O filme, uma tragicomédia, mais tragi do que comédia, trabalha muito bem os dois lados da trama. Mostra um lado cômico onde é difícil de imaginar que exista, mas que logo some e da espaço para uma maré constante de azar que desaba, tanto em Beto quanto sobre a população de Melo.

Mas por trás de tanta tristeza e falta de dinheiro, vemos uma história sobre sonhos e otimismo, que possivelmente, possa arrancar algumas lágrimas dos mais sensíveis de coração.

Minha cara, depois desse filme, caiu. Eu tinha um pouco de receio em assistir, afinal é um filme do Uruguai. Mas não me dei conta que o mesmo aconteceu com "La teta assustada", que é um grande filme do Peru. É o cinema latino-americano ganhando espaço e reconhecimento (talvez não tanto quanto mereça).

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