domingo, 12 de setembro de 2010

Possessão

(Possession, 1981)



Vi "Anticristo", do Lars Von Trier, ano passado. Pensei que, talvez, nunca mais fosse encontrar algo tão perturbador. Então que acho "Possessão", do Andrzej Zulawski. A sensação que eu senti vendo o filme, foi a mesma de quando assisti Anticristo. Confusão e caos reinam sobre minha cabeça. Prepare-se para algo perturbador de verdade.

Aqui, também, temos um casal em crise. Assim que Mark chega de viagem, abraça a esposa (Ana) e sente que ela não o ama mais. Do começo em diante, o terror começa. Começa de maneira bizarra; De maneira simbólica, com duplo sentido em todos atos, o filme se alastra. A dor da separação e o amor obsessivo, causam transtorno em ambos os personagens, inibindo-os de qualquer sensação de felicidade.

Quando Mark descobre que Ana tem um amante, ele surta. Mas como ainda a ama, tenta de todas as maneiras faze-la voltar pra casa; até usando do filho do casal como pretexto para ela ficar. A dor que Mark sente é tanta, que a falta da esposa o causa abstinência.

Possessão não deve ser levado ao pé da letra. Muitas pessoas reclamam do filme por que pensaram que, pelo nome, seria um filme demoníaco, estilo O exorcista. No caso, a personagem principal esta possuída: pelo demônio da culpa. E o marido também, devido ao longo tempo que passava, a trabalho, fora de casa, deixando sua familia em segundo caso. Vendo a instabilidade que causou a sua família, Ana pira. Fica possessa de culpa, maquiavélica, sedenta por sangue.

Atuações magnificas; todo o sentimento de raiva, ódio e qualquer outro sentimento pessimista que o ser humano remói, no filme é mostrado intensamente, sem cortes (só na versão americana rs). Dou ênfase na cena do metrô, em que a personagem tem surtos psicológicos constantes, por uns dois ou três minutos. Terrível; genial.

Com um clima pesado, um desenrolar amargurado e sanguinário, "Possessão" percorre as duas horas de filme com muito conteúdo e simbolismo. Pior que acordar do pesadelo que foi assistir "Eraserhead" do David Lynch, é acordar de "Possessão" é saber que algumas das imagens nunca mais sairão de sua cabeça. Como em "Anticristo".

Obs: Agora eu sei de onde a Charlotte Gainsbourg tirou inspiração para interpretar sua personagem, na obra de Lars Von Trier. Essa inspiração se chama Isabelle Adjani .


No response to “Possessão”

Postar um comentário