(Possession, 1981)
Aqui, também, temos um casal em crise. Assim que Mark chega de viagem, abraça a esposa (Ana) e sente que ela não o ama mais. Do começo em diante, o terror começa. Começa de maneira bizarra; De maneira simbólica, com duplo sentido em todos atos, o filme se alastra. A dor da separação e o amor obsessivo, causam transtorno em ambos os personagens, inibindo-os de qualquer sensação de felicidade.
Quando Mark descobre que Ana tem um amante, ele surta. Mas como ainda a ama, tenta de todas as maneiras faze-la voltar pra casa; até usando do filho do casal como pretexto para ela ficar. A dor que Mark sente é tanta, que a falta da esposa o causa abstinência.
Possessão não deve ser levado ao pé da letra. Muitas pessoas reclamam do filme por que pensaram que, pelo nome, seria um filme demoníaco, estilo O exorcista. No caso, a personagem principal esta possuída: pelo demônio da culpa. E o marido também, devido ao longo tempo que passava, a trabalho, fora de casa, deixando sua familia em segundo caso. Vendo a instabilidade que causou a sua família, Ana pira. Fica possessa de culpa, maquiavélica, sedenta por sangue.
Atuações magnificas; todo o sentimento de raiva, ódio e qualquer outro sentimento pessimista que o ser humano remói, no filme é mostrado intensamente, sem cortes (só na versão americana rs). Dou ênfase na cena do metrô, em que a personagem tem surtos psicológicos constantes, por uns dois ou três minutos. Terrível; genial.
Com um clima pesado, um desenrolar amargurado e sanguinário, "Possessão" percorre as duas horas de filme com muito conteúdo e simbolismo. Pior que acordar do pesadelo que foi assistir "Eraserhead" do David Lynch, é acordar de "Possessão" é saber que algumas das imagens nunca mais sairão de sua cabeça. Como em "Anticristo".
Obs: Agora eu sei de onde a Charlotte Gainsbourg tirou inspiração para interpretar sua personagem, na obra de Lars Von Trier. Essa inspiração se chama Isabelle Adjani .
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