terça-feira, 7 de setembro de 2010

Triangle

(Triangle, 2009)



Assim, do nada, eu achei a sinopse de Triangle; falava sobre Jess (Melissa George), garçonete, mãe de um filho autista, que decidi velejar com uns amigos. Uma mudança brusca no tempo, faz com que o iate vire e o grupo fique preso no mar. Quando avistam um barco, o começo do pesadelo começa. O barco não tem ninguém a bordo, Jess começa a ter a sensação de conhecer o navio e (pra ajudar) um assassino que, rapidamente, mata todos, só deixando Jess viva.

A trama parecia ser chata, mas algo me fez baixa-lo. Sem arrependimentos. O filme é muito mindfuck; nonsense. Todo o filme roda em torno de Melissa George, que carrega o filme nas costas atuando perfeitamente.

O roteirista liga passado, presente e futuro quadro-a-quadro e em vários ângulos. As cenas do filme são vividas várias vezes, mas sem chances de enjôo, desde que cada tomada é uma peça do puzzle, de algo que aconteceu ou esta para acontecer. Diferente do título, Triangle é na verdade um círculo: uma constante que não da pra fugir, onde todas as tentativas que Jess toma, já foram tomadas. Isso que causa a maior angústia no telespectador.

Fotografia correta e trilha sonora frequente: o filme não para um segundo, causando pânico, inquietação, desejo de descobrir o por que isso ou aquilo aconteceu, acontecerá, esta acontecendo. Algo assim: confuso.
O roteiro não é sensacional ou merecedor de oscar, mas mostra a capacidade do roteirista Christopher smith em brincar com a estória e com o público. Só uma observação: o mais atento vai decifrar a trama logo na metade, desde que a explicação esta, praticamente, exposta para o telespectador.


Um bom suspense psicológico, hoje em dia, não é fácil de encontrar, e Triangle é uma boa pedida. Não digo que o mesmo esteja no nível de Ilha do medo ou Tale of the two sisters, mas vale muito a pena conferir. E viva a geração nonsense!







Teoria do autor (SPOILERS PERIGOSOS)


Como um filme nonsense, há algo mais gostoso do que expressar as teorias mirabolantes sobre a idéia do filme?
Então vamos lá.
Por fim, a trama toda foi explicada logo no começo, antes mesmo dos fatos se tornarem "concretos", quando a amiga do Greg explica a gravura que estava em uma das paredes do navio, falando sobre Aeolus, Deus do vento, na mitologia grega. Com base na historinha do cara que, punido por tentar enganar a morte, subia um barranco carregando uma pedra pesada e lá no topo a jogava, e repetia isso inúmeras vezes, só para ve-la cair novamente.
Dito isso, a explicação do filme: Jess, que no começo do filme se mostrava uma mãe boa, na verdade era rígida e dura com o filho autista, acaba sofrendo um acidente fatal, onde ela e o filho morrem. Angustiada, pega "carona" com a morte e pede para deixa-la no porto. Chegando lá, ela promete para morte que voltaria, mas não volta. Dessa parte em diante, a punição de Aeolus surte efeito, e a faz vivenciar a chacina no barco várias vezes, por vários ângulos, sem chance de escape.

No response to “Triangle”

Postar um comentário