segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Monstros

(Monsters, 2010)



Gareth Edwards, que ja trabalhava com efeitos especiais para documentários, agora estréia com seu primeiro longa, tendo o mesmo escrito o roteiro, dirigido e trabalhado nos efeitos especiais (no porão de sua casa). Tudo isso com meros 500 mil dólares. Muitas pessoas comparando com Distrito 9 e Cloverfield, mas será?

Em Monstros, uma sonda espacial da NASA detecta vida fora do Planeta Terra e, seis anos antes o filme ter inicio, a mesma sonda caiu no México, trazendo amostras da vida extraterrestre, que logo se tornariam enormes criaturas (dai nasceu a associação com Cloverfield). Dividindo, assim, o México em duas partes, sendo uma chamada de "Área infectada". 

O filme todo se passa, praticamente, no México, um país do terceiro mundo (dai nasceu a associação com Distrito 9), mostrando a destruição e o holocausto que iniciou-se seis anos antes, quando as criaturas aterrissaram; O modo como a cultura mexicana se adaptou as criaturas, a forma como a invasão foi tratada pelos Estados Unidos, que logo criaram muros enormes em volta das fronteiras com o México, para manter as criaturas afastadas.

Por trás disso começa a trama do filme: Um repórter precisa resgatar a filha do seu chefe, Sam, que por acaso estava do outro lado do muro. A travessia, se torna toda uma desgraça, acontecendo todo tipo de coisa que é possivel de imaginar em filmes desse gênero. A câmera trêmula da um tom de documentário, o que ajuda seguir desenvolvendo a trama, que mostra desde o inicio não querer fazer um "novo filme de terror do ano" e sim mostrar o impacto e ações que os estados tomariam, contra a invasão. Ou talvez Gareth queria fazer um filme de terror, mas não teve dinheiro o suficiente para bancar todas as cenas. Mas ainda fico com a opção A.

Na minha sincera opinião, sem desmerecer o filme, Monstros não é nenhuma obra de arte. Passa muito longe disso, mas vale reconhecimento. Afinal, não é todo dia que vemos uma pessoa fazer o que Gareth fez com meros 500 mil dólares. Ainda mais no que se diz um filme Alienígena. 

Os monstros do título, na verdade, são coadjuvantes, eles estão implícitos a maior parte da película, ou mostrados no escuro, como vultos. O que da uma idéia de que Gareth não quis fazer um filme de criaturas gigantes convencional. Sem a ação dominante de ataques dos alienígenas, seguimos a caminhada do repórter e da filha do seu chefe, pela destruição, até a fronteira.

O trailer do filme engana: A tensão de Cloverfield e a ação de Distrito 9 não estão presentes em Monstros. Mas afinal, essa história de que filmes com criaturas gigantes precisam de ação para sustentar a trama é um puta clichê americano. E acho que nessa parte do show entra Monstros: quebrar a cara dos americanizados de plantão e mostrar um filme com seres grotescos de enormes, sem ação. Pela iniciativa do diretor amador, vale muito a pena pagar o ingresso.

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