domingo, 17 de outubro de 2010

Meu top 3 de Alfred Hitchcock

Mestre do suspense e genialidade são sinônimos de Alfred Hitchcock! "A história do cinema está cheia de cineastas que parecem verdadeiros autores - cineastas cuja obra tem consistência de expressão e parece demonstrar, antes de mais nada, o talento artístico e as convicções de uma única pessoa." Hitchcock é uma delas! É inegável que o diretor ainda inspira os amantes da arte e profissionais da área, que sabem dar o devido valor a esse legado; as películas mais angustiantes da história do cinema. Nascido em Leytonstone, Londres, no dia 13 de Agosto de 1899, Hitchcock foi criado por pais rígidos, que o punia severamente. Ele chegou até a ficar preso por alguns minutos, tudo porque contrariou seu pai ao insistir em viajar de ônibus interurbanos. Talvez daí surgiu sua fobia por policiais, tema frequente em vários de seus longas. Quem não conhece os clássicos do diretor, com certeza já ouviu algum comentário sobre ele após a exibição de algum filme de suspense. Fato que ocorreu comigo recentemente quando assisti Ilha do Medo (Shutter Island, 2010) de Martin Scorsese. Todo o clima tenso que compõe as produções de Hitchcock são logicamente acompanhadas por uma trilha sonora, que nesse caso, tem nome e sobrenome, Bernard Herrmann (1911-1975). O compositor teve suas trilhas utilizadas em diversos filmes do diretor, como Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958) e Intriga Internacional (North By Northwest, 1959). Mas o marco mesmo foi em Psicose (Psycho, 1960), exatamente na cena em que Janet Leígh é esfaqueada no chuveiro.

Sem mais delongas, indico a vocês agora, três grandes filmes do cineasta, obviamente os meus favoritos.

Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)


"A apoteose de todas as fixações psicossexuais ardentes e mal reprimidas de Hitchcock, Janela Indiscreta é também provavelmente (com a possível exceção de Um Corpo que Cai, de 1958) a mais bem-sucedida mistura de entretenimento, intriga e psicologia da extraordinária carreira do diretor" (livro: 1001 filmes). Um fotógrafo de sucesso, vivido pelo incrível James Stewart, é afastado do trabalho por causa de uma perna quebrada, a partir daí ele encontra no ócio um passatempo bem estimulante, o voyeurismo. "Jeff" (Stewart) começa a espiar seus vizinhos através da janela de seu apartamento e usa essa obsessão como um escape de uma relação séria com a estonteamente e mais bela impossível, Grace Kelly. Janela Indiscreta não permite que o espectador desvie o olhar um só segundo, principalmente quando Jeff desconfia que um dos vizinhos matou a esposa. "Nós, os espectadores, somos hipnotizados pelas ações dos personagens, que, por sua vez, estão hipnotizados pelas ações de outros personagens". Além desse mistério envolvente, sensual e dotado de humor negro, a vida entre quatro paredes das pessoas do vilarejo torna-se um atraente para quem está dentro e fora da tela.


Os Pássaros (The Birds, 1963)


É angustiante, claustrofóbico e pavoroso! Os Pássaros não tem uma explicação lógica, afinal, as aves aparentemente dóceis, atacam sem aviso prévio a cidadezinha de Bodega Bay. Esse não é um filme que se explica, mas que se sente. A maioria das cenas, logo após Tippin Hendren ser atacada por uma gaivota, são completamente tensas, já que a intenção dos pássaros é matar. Produzido e dirigido por Hitchcock, o longa é uma de suas principais produções, sendo referência de diversas obras posteriores de outros cineastas.

Festim Diabólico (Rope, 1948)


Festim Diabólico é um filme repleto de experimentações, e nem por isso deixa de ser um emocionante suspense de Alfred Hitchcock. Tecnicamente, o diretor enfrentou muitos desafios, já que o longa foi filmado em apenas um plano dividido em tomadas de 10 minutos cada (o máximo que um rolo podia ter). Para não revelar as emendas, ao final de cada rolo a câmera focava um lugar escuro - na maioria das vezes um paletó – e assim era feita a troca. Hitchcock chegou a chamar o longa de armadilha. Isso porque, com essas técnicas de filmagem, Festim Diabólico era praticamente uma peça teatral, tornando-se um desafio. Contando mais uma vez com James Stewart, a trama se passa dentro de um apartamento, onde dois rapazes, Brandon (John Dall) e Phillip (Farley Granger), matam seu amigo David em busca de fortes emoções e pela sensação de cometer o crime perfeito. Os dois escondem o corpo num baú, que vai servir como mesa de jantar na festa que eles organizaram logo após o assassinato. O filme consegue manter a tensão dentro do mesmo cômodo o tempo inteiro, tendo apenas os personagens para manter o suspense da obra. Festim Diabólico é incrível e prova que um filme de conteúdo não precisa de efeitos especiais.

Foi uma tarefa quase impossível escolher apenas três filmes, mas mesmo assim, não posso deixar de citar outras obras de peso do diretor. O Homem que sabia demais (1934), Rebecca - a mulher inesquecível (1940), Interlúdio (1946), Um corpo que cai (1958), Intriga Internacional (1959), Psicose (1960), Frenesi (1972) etc.

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