quinta-feira, 14 de outubro de 2010

M - o vampiro de Dusseldorf (1931)


Diante do olhar aterrorizante do assassino Hans Beckert e com melodias que fizeram jus as cenas; M - o vampiro de Dusseldorf (Fritz Lang, 1931) rompe com algumas convenções ao ser produzido para o gênero de horror, com características melodramáticas e expressionistas da época. É justamente por isso que o gênero só pode ser identificado ao final.

A obra de Fritz Lang funciona como um documento por ser uma tomada do expressionismo alemão - estilo cinematográfico bastante comum na época - que se caracterizou pela distorção de cenário e outras técnicas, com a intenção de expressar a maneira com que os realizadores enxergavam o mundo. Lang faz uso da deformação de detalhes para impressionar os espectadores. No caso de M – o vampiro de Dusseldorf, a visão de uma sociedade amedrontada por um infanticida.

“O expressionismo já não vê, mas tem visões. Ou seja, a realidade não é mais contemplada segundo os dados dos sentidos, mas o homem consegue tão somente projetar visões subjetivas e interiorizantes do real”. (RUBINATO, Alfredo).
Fritz Lang era uma pessoa extremamente detalhista – destacando cenários e símbolos – capazes de ofuscar qualquer tipo de insatisfação através da beleza das cenas. O expressionismo exemplificado pelo olhar de Hans criou um mundo só seu, ele que não se adaptou aos processos da realidade. A utilização do PPP (primeiríssimo plano), o zoom no seu semblante desesperador, a ausência do som no momento da perseguição do assassino; tudo isso enriqueceu a produção de uma grande obra que caracterizou a fase do expressionismo alemão.



Ficha Técnica
Direção: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou, Fritz Lang
Ano de lançamento: 1931
Elenco: Peter Lorre, Gustaf Gründgens, Ellen Widmann, Inge LandguOtto Wernicke, Theodor LoosFriedrich Gnab, Fritz Odemar

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