segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Taxidermia

(Taxidermia, 2006)


Peço à todas as crianças, pessoas hipertensas e de estômago fraco para clicarem em fechar essa página.

 Baseado em histórias do autor Lajos Parti Nagy, o roteiro desse filme não é nada simples; desde à sua narrativa que percorre três gerações sanguinias (avô, pai e filho) até suas secas e grotescas imagens, que variam de vômitos, competições alimenticias e... ejaculação de fogo. 

A Primeira história acontece na primeira guerra mundial, com um recruta que mais parece faxineiro, sofrendo abuso de um tenente. À noite, alimenta seu anseio sexual se masturbando com as imagens das filhas e mulher do tenente por um buraco que dá no banheiro.
A segunda história é sobre Kelman, filho de Morosgoványi, que nasce com um rabo de porco. Quando cresce vira um "atleta alimentar", que compete em festivais de quem come mais sopa, ou biscoitou, ou bolo... É apaixonado por uma mulher, tambem atleta alimentar, qual gera seu filho, a terceira geração da história.
A terceira parte, é quando o título faz efeito no longa. Conta a história do filho de Kelman, que trabalha empalhando animais, domésticos ou não; cuida de seu pai, que de tão obeso não consegue levantar da cadeira, e de três gatos enormes (realmente enormes).

A três história são ligadas, além da conexão de sangue, pelo culto ao corpo, de forma diferente. O soldado que se masturba frequentemente, com o sonho de um dia ejacular fogo; o "atleta" que leva seu peso e capacidade de comer kilos, como um troféu; e por último, o taxidermista, que para se tornar eterno, se auto-empalha, se transformando numa amostra carnal de uma estátua com referências à estatua de Michelangelo.

O estilo de taxidermia, já faz do diretor György Pálfi, um cineasta único. Com imagens grotescas, beirando o ridiculo, ele consegue ao mesmo tempo mostrar de forma visualmente poética, a natureza cruel do ser humano, transcorrendo surrealismo com fatos históricos.

Com toques de humor negro e terror psicológico, mesmo sendo de dificil digestão, o filme é um relógio hipnótico: você (mesmo depois da cena de sexo com a leitoa; ou os jatos de vômitos) não vai conseguir desgrudar os olhos da tela.

 A edição, fotografia e direção de arte é um fator positivo, manejados por mãos que sabem fazer magia. Mãos que transformam carne e sangue, em algo belo.Tudo seguido por uma trilha sonora cativante de Amon Tobim, que por curiosidade é nascido no Rio de Janeiro.

Longe da primeira impressão do filme, Taxidermia é algo inusitado, intelectual e anexo de uma complexidade fantastica, principalmente a última história, a mais perturbadora, na minha opnião. As três histórias contadas no filme, vão se hospedar em tua mente, e vai ser dificil despeja-las.



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