sábado, 7 de agosto de 2010

Uma relação pornográfica

(Une liaison pornographique, 1999)


Ahh o cinema francês; cinema qual me encanta com seus diálogos e situações poéticas.

Diferente do título, "uma relação pornográfica" não tem nada de pornográfico. Bom, nada explicito e "escancarado", assim dizendo. O filme se constrói em torno do que parece ser um documentário, entrevistando uma mulher e um homem, em lugares diferentes. Eles contam para o entrevistador como que foi a experiência de nutrir um relacionamento por um anúncio em uma revista.

Com uma direção madura, o filme vai crescendo, não nos cenários ou situações, mas sim nos diálogos. O filme todo é passado em dois lugares: onde eles se encontram, uma espécie de bar; e outra num quarto de hotel, onde fazem amor todas quintas e sábados (se não me engano). Com o passar do tempo, os sentimentos de ambos vai mudando e o que era pra ser somente um relacionamento sexual, acaba se tornando mais forte.

Essa transição de emoções nos coloca perante duas pessoas que com o tempo, se apaixonaram. E dae em diante aparece o vilão da história toda: o amor. O medo de construir alguma coisa séria, derrama várias lágrimas dos personagens, que sucessivamente discutem e ameaçam romper relações.

O amor, como em vários filmes, é um sentimento forte e confuso, nesse filme também. Digo por uma cena, que mexe com os personagens: Um velho sofre um ataque cardiaco e morre. Ele pede para não chamar sua esposa, mas o hospital, seguindo as normas politicamente corretas, chama-a assim mesmo. Assim que a velha chega, ela começa a contar a história do velho, falando que ele a traia e tudo mais, e mesmo assim, ela o amava. Por fim, ela diz que vai cometer suicidio.

Sem melodrama ou romance forçado, "uma relação pornográfica" se mantem firme e forte, por seus 80 minutos de filme. Além de ser um prato cheio para os cinéfilos que apreciam um bom filme francês, agrada também aqueles que gostam de uma boa e construtiva conversa entre "marido e mulher".


One response to “Uma relação pornográfica”

Adoro esse filme, um dos meus dez favoritos de todos os tempos!

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