terça-feira, 13 de julho de 2010

Lady vingança

(Chinjeolhan geumjassi, 2005)




Como eu ja disse por aqui, vingaça é um tema saturado, no mundo do cinema. Muitos filmes ja usaram e abusaram desse mesmo tema. A diferença desses filmes e esse, em especial, é a execução. Lady vingança faz parte da "trilogia da vingaça", do premiado diretor coreano Chan-Wook Park, no qual se baseiam os "Mr. Vingança" e "Old Boy'.

A trama começa quando a personagem principal, Lee-Geum Ja, pega 13 anos de prisão por sequestro e assassinato de uma criança. Nesses 13 anos que passa na cadeia, cria vínculos com as detentas, quais mais tarde irão ajudá-la com sua vingança, desde que sua prisão foi injusta.

Além do tema ser a base, o filme vai mais longe que isso. Mostra uma mulher complexa, sedenta por vingança, e acima de tudo redenção. Desenrolando a trama, você sente a culpa que pesa em suas costas e o ódio e, como eu ja disse, a sede de vingança, que é representada pela maquiagem vermelho-sangue em seus olhos.

A violência, que é algo presente em todo filme sobre vingança, esta presente aqui, explícita e implícita, de modo peculiar ou não. Além da violência física, temos a tortura psicológica que, convenhamos, é mais forte que qualquer cena de gore à la trash motion.

O tempo em Lady vingança é constituido de forma: Assim que Lee-Geum vai procedendo com seu plano de vingança, e buscando ajuda de suas amigas ex-detentas, os flashbacks de quando ainda estava na prisão, mostram como criou vínculos de amizade com essas mulheres, que agora, estão dispostas à ajudá-la da maneira que precisar. Com ótima edição e direção de arte, os flashbacks não se tornam cansativos; Até se tornam algo bonito de se ver, mesmo com algumas cenas descomfortantes.

O ponto alto do filme, acontece quando os pais que tiveram seus filhos sequestrados e assassinados, se reunem, ao chamado de Lee-Geum, para ver o vídeos antecessores das mortes de seus filhos. Logo após esse evento traumático, eles encaram um dilema: levar o assassino até a polícia e esperar julgamento perante à lei; ou fazer justiça com as próprias mãos.

Com direção exemplar, boa fotografia, trilha sonora, temática e cenas fortes, Chan-Wook Park fecha a trilogia da vingança com chave de ouro, mostrando de forma nua que todo ser humano é inerente ao sentimento de vingança, ao mesmo tempo que afirma que a redenção e perdão, mesmo tendo várias formas de expressão, existe. E, para fechar esse post, ele veste branco.

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